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segunda-feira, 21 de junho de 2010

Descobrindo o Sul da Índia - Entrevista com Iolanda

*Dedicado para a querida Flávia que brindou-nos com esta entrevista e indicou a leitura deste blog aos leitores do Expatriados.


Apesar da Índia ser conhecida pelo exotismo e forte herança cultura, viver por lá nem sempre é uma tarefa fácil.
Iolanda, casada com um indiano, reside e trabalha no país há quase dois anos. Conhecer e viver a Índia através de suas palavras é um exercício fascinante…
- Nome:
Iolanda
- Onde nasceu e cresceu?
Nasci e cresci em Goiânia, Goiás.
- Em que país e cidade você mora?
Estou vivendo em Bangalore, Karnataka, no sul da Índia, desde Setembro de 2008.
- Você mora sozinho ou com sua familia?
Moro com meu marido, o indiano Senthil, que é de Tamil Nadu, estado vizinho ao estado em que resido no momento.
- Há quanto tempo você reside nesse local?
Um ano e meio.
- Já residiu em outro(s) país(es) antes dessa experiencia?
Não, é a primeira vez que moro fora do Brasil.
- Qual sua idade?
Tenho 29 anos.
- Quando surgiu a idéia de residir no exterior?
Surgiu quando eu e o Senthil decidimos nos casar, ainda enquanto namorávamos online, em 2006. Ficou decidido que, pelo menos a princípio, moraríamos na Índia, mas sem deixar de considerar outras possibilidades, inclusive a de fixar residência no Brasil, isso em um período futuro.
- Foi difícil conseguir o visto de residência ou o visto de trabalho?
Não foi difícil, não. Na primeira vez em que vim para a Índia, em janeiro de 2008, eu o fiz com visto de turista. Meses depois arrumei um emprego aqui, e vim com o visto de trabalho, em Setembro de 2008. Oficializamos a nossa união em cartório e em Outubro de 2009 eu consegui o meu cartão PIO (Person of Indian Origin), em Brasília. Conseguir o PIO foi um pouco mais difícil que conseguir o visto de trabalho. Para o visto de trabalho eu fiz uma mini-entrevista com o cônsul e pronto, estava dado. Já o PIO levou uma semana para sair. Mas como sou de Goiânia, era relativamente fácil ir até Brasília e interagir diretamente com o pessoal da Embaixada. Para maiores informações sobre os diversos tipos de visto para a Índia, clique aqui
- Você tem seguro saúde? Foi difícil obtê-lo antes ou depois da sua chegada?
Tenho sim, sou incluída como dependente no plano de saúde do meu marido. Não foi difícil obtê-lo, pois assim que meu marido entrou na empresa, ele já me inscreveu no plano, que aqui funciona um pouco diferente do Brasil. É mais para cobertura de despesas com hospitalização. Se você precisar fazer uma consulta, tem que pagar, mas aqui é bem mais barato que no Brasil. Uma consulta com uma ginecologista, por exemplo, sai por menos de 300 rúpias (menos de quinze reais, se formos converter os valores). Agora, por exemplo, eu estou por decidir se faço ou não uma cirurgia laparoscópica, e a mesma sairá por cerca de 25 mil rúpias (cerca de mil reais), incluindo honorários de médicos e internação hospitalar, e o meu seguro pagará tudo.
- Você trabalha? Como a renda familiar é obtida?
Trabalho sim, e consegui o emprego através de uma amiga virtual, a Carol. Ela obteve a proposta de emprego, e resolveu que não viria para a Índia pelo salário que eles estavam oferecendo. Como eu queria muito vir e adorei a idéia de trabalhar em uma empresa de software, resolvi arriscar. Chegando aqui, percebi que a demanda é alta para serviços de tradução/interpretação, e como há poucos profissionais disponíveis, os salários são relativamente altos (para os padrões indianos, é claro). Então eu percebi que tinha acertado em minha decisão de aceitar o trampo, embora eu tenha dado algumas cabeçadas, já que me contrataram por um valor bem abaixo do mercado, que foi corrigido somente após um ano de trabalho. Às pessoas que manifestam interesse em vir trabalhar na Índia, eu recomendo o site Naukri e o Monster para registro gratuito de currículos.
- Se a resposta anterior foi sim, você mudou de área depois da saída do Brasil ou continua no mesmo setor?
Continuo no mesmo setor, embora em uma atividade diferente. Eu era professora de inglês em Goiânia, e me dedicava a serviços esporádicos de tradutora e intérprete. Agora sou tradutora e intérprete em tempo mais que integral, já que a minha jornada de trabalho é bem pesada. Eu trabalho em uma empresa que presta serviços de tecnologia da informação a uma grande empresa brasileira. Isso significa que temos que trabalhar em horário brasileiro, o que significa turno noturno por aqui, ou seja, é bem cansativo.
- Você fala a língua local? Você acredita que é importante aprender a língua local?
Não falo a língua local e vivo em um impasse, pois eu gostaria muito de aprender hindi e tamil. Hindi porque é a língua nacional, e pelo que tenho visto, aqui em Bangalore dá pra se virar muito bem com o hindi. Já o tamil é por conta do meu esposo, que fala tal língua, e para me comunicar melhor com a família dele. Os pais dele falam o inglês, mas não é tão fluente, então eu acho que seria mais proveitoso aprender a língua deles. Só que o fator tempo pesa muito. Além de trabalhar dez horas por dia, eu tenho casa pra cuidar, procuro cozinhar e fazer ginástica e ainda não consegui um professor para me ensinar, embora todos os meus amigos se disponham a fazê-lo, mas ninguém tem tempo também. Eu percebo que eles ficam super felizes quando você insere alguma palavra do idioma deles em seu vocabulário. Isso atrai simpatia por parte deles, um esforço maior em negociar a comunicação. Até os motoristas de autoriquixá ficam mais amistosos quando você começa a soltar palavrinhas em hindi.
- O que você pensa sobre seu novo país e o local onde mora (e/ou onde morou)? Eles respeitam os Brasileiros e outros expatriados vivendo nesse país?
Já é clichê dizer isso, mas a Índia é um país desafiador. Você é posta à prova a todo instante por aqui. Quando você pensa que já está familiarizada e se sentindo ‘em casa’, vem um episódio que você abomina ou considera bizarro demais e vai tudo por água a baixo. Os indianos são muito receptivos a estrangeiros, de uma forma geral. Fazem de tudo para você se sentir bem na casa deles, e fazem questão de te oferecer o melhor que eles podem oferecer. Aqui em Bangalore eu me camuflo bem, pois pelo meu tipo físico eu passo por indiana tranqüilamente. Então não atraio olhares, muito pelo contrário, rsrsrs. Quando entro em uma loja e falo em português com a minha amiga Débora, as pessoas perguntam de onde somos, e geralmente emendam ‘mas você parece indiana’. Esse ‘mas você parece indiana’ pode ser interpretado de várias formas. Eu interpreto, basicamente, como um elogio. Às vezes, pela entonação que a pessoa usa, fica no ar um certo desapontamento, do tipo ‘ah, nem tem graça você ser estrangeira e parecer indiana’.
Com relação ao relacionamento entre indianos e brasileiros: como trabalho em uma empresa que presta serviços aos brasileiros, eu vejo de tudo um pouco. Todo mês a empresa manda dois gerentes para o Brasil, para interagirem diretamente com os clientes. Alguns voltam felizes da vida, mais gordos e corados, dizendo maravilhas do Brasil. Outros voltam mais magros e aborrecidos (não digo pálidos, pois os indianos de forma geral são pálidos, já que abominam o sol e vivem comprando creme para clarear a pele), reclamando de tudo, principalmente da comida, e rezando para não terem que voltar ao país tão cedo. Uma coisa é certa: há um choque cultural intenso envolvido, principalmente porque eles vão trabalhar em um escritório em frente à praia da Barra da Tijuca no Rio, e são expostos ali à rotina brasileira de ir à praia usando trajes de banho que eles consideram muito expositivos. Alguns adoram e acham que estão no paraíso, outros abominam e rezam pra voltar logo.
Já o relacionamento dos indianos com os expatriados que estão aqui é, geralmente, bem tranqüilo. Às vezes eu ouço uma ou outra reclamação de uma pessoa que se sentiu ludibriada por algum indiano, geralmente motoristas de autoriquixá, que se aproveitam sem dó dos estrangeiros aqui e aumentam muito o valor cobrado. No meu caso, assim que eles percebem que não falo hindi ou outra língua local, eles querem automaticamente aumentar o valor. Alguns perguntam se sou anglo-indiana, para se certificarem de que tenho sangue indiano, rsrsrsrs, e assim cobram o preço normal. Mas alguns querem porque querem ter o valor aumentado, é uma coisa isso.
- Você tem filhos? Se sim, eles se adaptaram ao novo país? Estudam e têm amigos locais?
Não temos filhos, mas pretendemos adotar uma criança assim que tivermos um pouco mais de estabilidade financeira.
- Sente saudades da familia no Brasil? Sente falta de produtos, alimentos e outras peculiaridades?
Com certeza, o que pesa mais é a saudade da família. Como boa goiana que sou, sinto uma saudade absurda de um arroz que minha mãe fazia com óleo de pequi. Também sinto falta da variedade de pães, queijos e margarinas, principalmente de comer um pão baguete que não seja um pedaço de pau de tão duro (o pão baguete que encontro aqui é assim). Sinto muita falta de dirigir, coisa que adoro fazer, mas ainda não reuni a coragem suficiente para enfrentar o trânsito caótico aqui. Além do mais, eles dirigem do lado direito, à moda inglesa, e eu me confundo bastante com isso, até hoje. Não sei se conseguiria dirigir por aqui, sinceramente.
- O que costuma fazer nas horas vagas, finais de semana e feriados? Quais as atividades recreacionais existentes?
Nas horas vagas, eu e meu marido gostamos muito de assistir filmes, em casa ou no cinema. Também gostamos muito de sair para comer fora, e o rombo em nosso bolso é considerável ao final do mês. Ultimamente, estamos tentando cozinhar mais. Tenho me divertido com essa história de cozinhar, pois ando inventando de tentar fazer alguns pratos indianos, e cada tentativa é um desastre, rsrsrs. Eu adoro jogar boliche, e sempre que posso, vou jogar com meu marido e um amigo nosso, o Ravi. As opções noturnas aqui em Bangalore são meio frustrantes. Fui a um pub uma vez apenas para nunca mais voltar. As onze e meia em ponto os policiais entram no pub e começam a enxotar a gente, a sensação foi horrível para mim, embora os indianos não liguem, pois já estão mais que acostumados a isso. Sei que há vários brasileiros residindo aqui em Bangalore, alguns inclusive fazem churrascos aos fins de semana, mas nunca participei. É um pouco complicado ir a uma festa tipicamente brasileira, em que as pessoas querem falar em português e se empanturrar de carne, sendo casada com um indiano. Tenho consciência de que ele se sentiria um pouco deslocado, então nunca fiz questão de ir a tais festas, mas sei que o pessoal é muito receptivo.
- Você tem planos para o futuro? Pretende viver nesse país para sempre?
Temos vários planos, rsrsrs. A nossa idéia é que meu marido tenha um pouco mais de experiência na área dele, para então tentarmos mudar para um outro país, preferencialmente o Brasil, mas isso envolve juntar uma grana, para que possamos nos sustentar até que eu arrume trabalho e por minha vez o sustente por alguns meses, para que ele se dedique a aprender o Português.
- Você comprou ou alugou o local que reside? Quanto pagou ou paga por isso? Comprar imoveis é algo comum nesse país?
Olha, a questão dos imóveis é extremamente complicada por aqui. Alugar já é um suplício, imagina comprar. Recentemente eu passei pela experiência de procurar um apartamento para alugar, e foi bem penosa. Narro a experiência nesse post aqui (no meu blog pessoal). Além de ser muito difícil encontrar um imóvel legal e em boas condições, tem o fato de que o sistema indiano de aluguel é bem peculiar: como não se tem idéia do que seja um fiador por aqui, eles exigem que você dê um depósito equivalente a dez meses de aluguel antes de se mudar para o imóvel. Por exemplo, se você for alugar um apartamento por um valor equivalente a 700 reais, você terá que dar um depósito de 7.000 reais antes de se mudar para o imóvel, e ir pagando 700 reais mensalmente, ou seja, os sete mil funcionam como um cheque calção, que eles vão te devolver depois que você sair do imóvel. E não devolvem os sete mil integralmente, não. Descontam uma quantia para fazer uma pequena reforma no imóvel. Em outras palavras, quem não é dono de imóvel por aqui sofre. Os preços dos imóveis são exorbitantes. Dependendo do local em que você deseja comprar um apartamentinho de dois quartos, com uma sacada que te dá uma linda vista para outro apartamento, você poderá desembolsar o equivalente a até 500 mil reais. Essas cifras astronômicas certamente se devem ao fato de não haver muita terra disponível aqui na Índia, já que o país é superpopuloso. Então as pessoas se viram como podem, e não é raro vermos famílias imensas se espremendo em imóveis de um quarto apenas. A classe média da Índia vive em uma situação de aperto muito maior que a do Brasil, pois eles literalmente não têm espaço.
- Qual o custo de vida?
Uma família de quatro pessoas consegue viver bem por aqui com cerca de trinta mil rúpias (uns mil e duzentos reais). O aluguel é muito caro, mas os gastos com educação e alimentação, por exemplo, são mais viáveis. Agora, se a pessoa quiser juntar uma grana, é praticamente impossível sustentar bem uma família com quatro pessoas e ainda ter fundos disponíveis. O que eu vejo acontecer muito é que eles abrem mão de tudo que consideram luxo e conforto, como ter móveis na casa, por exemplo, para juntar dinheiro. Algumas famílias consideram até produtos de limpeza como artigos de luxo, e não necessidade. Então, ao invés de comprarem tais artigos, eles economizam. Indianos têm pavor da idéia de não terem uma poupança, então eles fazem de tudo para economizar. Nem que para isso eles durmam no chão puro e comam somente arroz com coalhada todos os dias (é uma das opções mais baratas de alimentação aqui no Sul da Índia).
- Quais os pontos positivos e negativos de morar nesse país?
O melhor de morar aqui, na minha opinião, é que você exercita e muito a sua paciência e tolerância. Não há outro jeito. É tudo muito desorganizado, mas as pessoas parecem se esforçar bastante e não reclamar. Eu me sinto mais livre com relação à minha aparência física também. Como não posso usar roupas decotadas, preciso tomar muito cuidado para não engordar muito, pois com as roupas largas daqui você engorda e nem percebe. Mas é muito bom se sentir livre de certos padrões de beleza brasileiros, só que às vezes eu me vejo sucumbindo aos padrões de beleza indianos, e isso eu considero negativo.
O legal mesmo é perceber que, em qualquer lugar no mundo, nada vale mais a pena do que ser você mesma, independentemente do que tentam te impor. No Brasil, por exemplo, viviam me criticando por ser muito pálida (eu não gosto de ficar torrando sob o sol). Sempre falavam que eu parecia doente e tal. Aqui eu sinto falta justamente de tomar um sol de vez em quando, já que ninguém faz isso, e eles acham lindo ter pele pálida. Meu cabelo crespo por aqui passa mais despercebido do que no Brasil, já que lá sempre me indicavam uma escova progressiva ou algo do tipo. É muito bom ir se livrando dessas amarras, eu fui ganhando mais confiança e a auto-estima melhorou também, rsrsrs.
A cidade é lotada demais, você vê gente em todos os cantos, é incrível esse efeito da superpopulação. Se você é uma pessoa que gosta de privacidade, bom, a Índia não é o melhor lugar para se viver, pois os indianos não têm noção do que seja isso. Se metem na sua vida com a maior naturalidade, perguntam de tudo, inclusive o seu salário, sem ter a noção de que estão sendo entrões demais. Nesse ponto, o choque cultural é meio que inevitável.
- Qual a curiosidade que mais te chama a atenção nesse país?
Olha, tem muita coisa que eu estranho, muita mesmo. Pra ficar nas mais básicas: não entendo como é que eles conseguem comer arroz com a mão, na folha de bananeira, e o arroz vem pelando de quente. É muito quente e eles não estão nem aí, metem a mão e comem mesmo, colocando curd (coalhada) no meio, misturando tudo e comendo. Outra coisa que não entendo são os sucos salgados. Meu marido tem a capacidade de estar comendo uma galinhada ultra-apimentada e pedir uma limonada salgada para acompanhar. Diz ele que é refrescante, rsrsrsrs.
Outra coisa que me deixa chocada e sem entender como é que conseguem, é o fato de que aqui a maioria das mulheres deixa as unhas dos pés crescerem. Não é raro eu deparar com uma mulher toda chique, de salto, com as unhas dos pés imensas e pintadas de vermelho. Como é que conseguem andar desse jeito? Eu, sinceramente, não sei. No início eu achava muito estranho ver bebês maquiados (eles passam kajal nos olhos da criança e enchem elas de pintinhas pretas, dizendo que é para espantar os maus-espíritos). Eu achava horroroso, mas agora o que me estranha é ver algum bebê sem maquiagem, rsrsrsrs. Já é automático, se vejo uma mulher carregando uma criança e ela está de costas pra mim, eu já fico imaginando a carinha dela toda pintada. Eu já me acostumei tanto à comida condimentada e apimentada daqui, que se não tiver tempero não tem mais graça.
- O país que você reside tem alguma coisa que é usado no dia a dia que você acha que seria interessante ser implementado no Brasil?
Bom, pelo menos na cidade em que eu vivo, o sistema de transporte é muito bom. A cidade é toda irrigada com ônibus e autoriquixás, e os ônibus têm uma freqüência muito maior que em Goiânia, por exemplo, além dos vários tipos de opções para todos os bolsos: tem ônibus simples, que custa mais barato. Tem ônibus com ar-condicionado com poltronas mais ou menos confortáveis, tudo dependo do quanto se deseja pagar. Acho que seria legal se isso fosse implementado em minha cidade no Brasil, que conta com o monopólio de duas grandes empresas de transporte público, que não se preocupam muito com os interesses e necessidades da população. Sem contar que se eles implementassem os autoriquixás ecológicos no Brasil, as cidades ficariam mais charmosas, rsrsrsrs. Os indianos se gabam muito do sistema educacional deles, mas eu não o copiaria por um simples motivo: o foco está todo no ensino técnico, e as pessoas têm uma visão de mundo bem limitada. Não sabem nada de atualidades, geografia e história passam bem longe. O foco em matemática e ciências exatas é tanto que eles acham que as únicas áreas do saber merecedoras de atenção são as que envolvem cálculos. Não gosto muito dessa abordagem. Desculpa se fugi um pouco ao assunto, mas é que eu sempre ouço muitos elogios à educação indiana e eu não vejo tanta graça nela assim.
- Você tem sugestões ou dicas para pessoas que pretendem viver nesse país?
A minha principal sugestão é: tenham paciência. Por aqui tudo é burocrático e um pouco imprevisível. Tentem se inteirar ao máximo da cultura do local antes de se aventurarem por aqui, para evitarem constrangimentos. Entendam que por aqui eles não sabem nada de cultura brasileira e são bem poucos os que se interessam em saber.
- Se pudesse descrever em uma palavra a experiencia que esta vivendo nesse país, qual seria?
Engrandecimento.
- Você gostaria de recomendar algum web site ou blog relacionado à esse país?
Primeiramente, gostaria de recomendar o blog de minha amiga Ju Boskie. Ela é casada com um indiano e traz várias informações culturais sobre a Índia: http://jueboskie.blogspot.com/.
Também gostaria de indicar dois blogs que falam um pouco mais do Sul da Índia, já que há uma variedade imensa de blogs com o foco todo no Norte, e pouco se fala do Sul. O primeiro é o da Gabi, uma jornalista de Brasília que tive o prazer de conhecer recentemente. Ela vive em Bangalore há alguns meses, e seu blog é simplesmente uma delícia de se ler: http://taolongetaoperto.wordpress.com/. Tem também o blog de Potira, que traz várias referências históricas e literárias, além de o blog ser visualmente muito agradável: http://potirah.blogspot.com/.
Gosto muito do blog da Cris Pillai, por ser leve, divertido e bem informativo: http://www.meninamaisquefeliz.blogspot.com/.
E tem o meu blog, que não é um informativo sobre a Índia, mas traz as minhas experiências pessoais por aqui: http://ideiasdeiolanda.blogspot.com/

Publicado em 5 de Junho de 2010 em Entrevistando Expatriados
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14 comentários:

Flávia Simas disse...

Que legal, Potira, obrigada por me colocar por aqui, fiquei super feliz ^^

paquistanesa ocidental disse...

Adorei o seu blog querida. Meu nome é Ayesha Thalita, sou estudante de Jornalismo e achei o seu muito interessante e gostoso de se ver!
Estou te adicionando no meu blog.

;*
salam..

۞ Potira ۞ disse...

Flávia!!!

Querida, adorei a entrevista!!!

=)

Naty e Carlos

obrigada pela visita, beijos...

=)

Ayesha,

Obrigada pela visita, eu também fui lá conferir teu blog, muito interessante... Seja bem vinda!

=)

Patricia Augusta Corrêa disse...

muito legal essa entrevista! cheia de novidades para mim. seu blog sempre muito interessante querida Potira. beijo.

۞ Potira ۞ disse...

Patrícia querida!!!

Muito obrigada, fico feliz que tu gostastes da entrevista.

Um beijo

=)

stéfani disse...

Partes que mais gostei:

*...Eu percebo que eles ficam super felizes quando você insere alguma palavra do idioma deles em seu vocabulário.

-Acho isso lindo e concordo porque eles sentem que você quer os agradar.

*...A Índia é um país desafiador.
-Quero sentir esse desafio!

*...Os indianos de forma geral são pálidos, já que abominam o sol e vivem comprando creme para clarear a pele.

-Meu amigo indiano fica perplexo quando eu digo que odeio frio, rsrsrs.

*...Algumas famílias consideram até produtos de limpeza como artigos de luxo, e não necessidade.

-Boquiaberta!

*...Indianos têm pavor da idéia de não terem uma poupança.

-Nós, brasileiros poderíamos ser assim também, rsrsrs.

*...É tudo muito desorganizado, mas as pessoas parecem se esforçar bastante e não reclamar.

-Assim, torna-se mais agradável, eu diria.

*...Se metem na sua vida com a maior naturalidade, perguntam de tudo, inclusive o seu salário, sem ter a noção de que estão sendo entrões demais.

-Me imagino numa situação dessa. Boquiaberta².

*...Eles conseguem comer arroz com a mão, na folha de bananeira, e o arroz vem pelando de quente.

-Já comi feijão tropeiro quente com as mãos junto à minha avó e escondida da minha mãe. Mas arroz? Wow! kkk

*...Limonada salgada
-Que horror! hehehehe

*...A maioria das mulheres deixa as unhas dos pés crescerem. Não é raro eu deparar com uma mulher toda chique, de salto, com as unhas dos pés imensas e pintadas de vermelho.

-Nossa! Como que essa moda não pegou ainda? Hahaha!

*...Bebês maquiados (eles passam kajal nos olhos da criança e enchem elas de pintinhas pretas, dizendo que é para espantar os maus-espíritos)

-Outra moda hein pessoal?! Hihi

Amei a entrevista.
Gargalhadas aqui, rsrsrs
Beijos e por favor siga meu blog.

Tchau querida!

stéfani disse...

Nossa! Susto com o tamanho do comentário... hihi

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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Anônimo disse...

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