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sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Maya, Maçãs & Estereótipos...


 Rótulos são para potes de geléia...

"Vivemos presos na rede de Maya, que nos faz tomar por realidade o mundo sensível que nos cerca, e que é inseparável de nossa percepção. Ninguém sabe quem lançou esta rede nem por que - mas é quase impossível se libertar dela". (CARRIÈRE, Jean Claude. Índia: um olhar amoroso. São Paulo: Ediouro, 2009. pág. 168)

Eu tenho um link na minha cabeça que liga o conceito de Maya com a Arte da Vanguarda Surrealista... E daí quando eu fico ouvindo essa música da Susheela Raman sempre me vem em mente essa idéia...

Hoje eu estava pensando sobre o que é real, o que é virtual, o que é irreal e o que é surreal... Cada vez mais eu penso que estas diferenças estão apenas na definição e a definição é dada por um consenso. Mas quem criou o consenso?

Uma determinada realidade surreal pode vir a ser real quando se materializa na pintura, mas parece irreal se você procurá-la na natureza. Porque pertencem a universos diferentes o que não exclúi a "veracidade" de uma em detrimento de outra.

O que você chama de virtual pode ser nada mais que uma  outra realidade, para além do que o consenso, que foi pré-determinado pelo senso comum e torna-se quase dogmático, estabelece como parâmetro para realidade.


Porque as pessoas, inclusive eu em alguns momentos, insistem nos estereótipos de realidade e irealidade?


“O que era real, pensou, e o que era sonho? Os hindus não afirmam que a realidade era apenas uma ilusão? Que tudo era maya, como diziam, toda a existência uma ilusão temporária, até o Buda não havia aceitado isso? E os ocidentais também. Não havia alguma coisa sobre a não-existência do mundo que seria apenas uma representação mental? Kant dissera isso? Ou Nietzsche? Não, algum outro, alguém menos conhecido. Quem seria? Berkeley talvez? Por um instante, o sr. Jalal imaginou onde tinham ido para seus livros de filosofia. Esperava que Arifa não tivesse jogado todos fora.” (SURI, Manil. A morte de Vishnu. São Paulo: Companhia das Letras, 2001. pág. 170)


Eu poderia ficar aqui analisando as imagens e escrevendo sobre milhares de outras conexões. Sobre aquele filme de Alejandro Amenábar chamado Abre los Ojos com a Penélope Cruz que teve versão em Hollywood e ficou famoso como Vanilla Sky... Sobre o papel da maçã na história do Pecado Original ou sobre o Júpiter Apple.

 Mas me deu uma fome e eu vou sair pra comer uma maçã...

=)
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5 comentários:

Sonia Schmorantz disse...

Escreveu muito bem, merece esta maçã!!!
Muito obrigado pela visita, um feliz ano novo para ti
beijos

۞ Potira ۞ disse...

Éris,

Obrigada pelo link, agora eu posso seguir e acompanhar teu blog!

Sonia,

Obrigada querida! Feliz Ano Novo!!!

=)

b disse...

Sua excelente postagem me fez lembrar que, quando criança, ao aprender o que é concreto e o que é abstrato, eu decorava prá acertar a lição mas sempre questionei essas definições.
Voltarei.
Shanti.

Deusa disse...

Minha querida Potira
Divaguei Viajei atraves do seu texto é um caso a continuar pensando
Excelente postagem
Um abraço carinhoso

o Decompositor disse...

retribuindo a visita...
meu blog tava meio parado mas agora ta voltando...
bah...esse teu post...é de fazer pensar..
"Mas quem criou o consenso?"...só essa frase ja
da pra refleti sobre muitas coisas..sobre poruqe aceitamos que determinadas coisas sejam o que nos dizem que são.
Mas paro por aqui...senão vo viaja demais nesse assunto hehhee..

Abraço Potira!

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