O BARCO é negro sobre o azul.
Sobre o azul, os peixes são negros.
Desenham malhas negras as redes, sobre o azul.
Sobre o azul, os peixes são negros.
Negras são as vozes dos pescadores,
atirando-se palavras no azul.
É o último azul do mar e do céu.
A noite já vem, dos lados de Burma,
toda negra,
molhada de azul.
- a noite que chega também do mar.
De Poemas Escritos na Índia.
(MEIRELES, Cecilia. Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1973. pág. 22-23)
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