(BAUMAN, Zygmunt. Modernidade líquida. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001. p. 236)
Estive pensando sobre esta questão de estranhamento...
Ao olhar para as coisas que estão ao teu redor como se fossem estranhas, creio que o contrário também seja válido. Algumas vezes temos uma estranha familiaridade com coisas que não são da nossa pátria, nem do grupo que nascemos.
Ao olhar para as coisas que estão ao teu redor como se fossem estranhas, creio que o contrário também seja válido. Algumas vezes temos uma estranha familiaridade com coisas que não são da nossa pátria, nem do grupo que nascemos.
Será que estamos mesmo vivendo em uma encruzilhada de culturas e cada um de nós é um nômade que constrói sua identidade como uma colcha de retalhos do mundo?
Por que esta bobagem bairrista de achar que o lugar de onde veio é o melhor do mundo e os outros estão aquém? Há alguma lei que nos obrigue a exaltar maravilhas do lugar onde nascemos? Sofreremos sempre algum tipo de punição quando ousarmos questionar e criticar algum aspecto da cultura "nativa"?
Por que esta bobagem bairrista de achar que o lugar de onde veio é o melhor do mundo e os outros estão aquém? Há alguma lei que nos obrigue a exaltar maravilhas do lugar onde nascemos? Sofreremos sempre algum tipo de punição quando ousarmos questionar e criticar algum aspecto da cultura "nativa"?
3 comentários:
Todo ser humano carrega consigo uma certa dose de etnocentrismo. Muitas vezes somos orientados pela sociedade "nativa" a valorizar o local, e menosprezar o que vem de outros locais, especiamente se esse 'de fora", for considerado aos olhos da sociedade dominante como uma cultura inferior, de povos que não se deixaram ou não querem seguir as tendências da sociedad atual. Provavelmente isso é próprio do ser humano; que tem a ver com egoísmo, ou com individualismo; isso está relacionado à nossa cultura, pois estranha o que é diferente. Mas talvez se esqueçam de que uma das razões mais importantes para termos uma postura etnocêntrica está ligada ao medo. Medo do outro e, acima de tudo, medo de nós mesmos. Porque, quando nós dizemos que o outro é inferior, automaticamente nos colocamos em uma posição de superioridade. E, se somos superiores, somos os corretos, os melhores. Logo, não precisamos questionar nossa maneira de agir, pensar ou sentir. Pois, quando olhamos o outro e procuramos genuinamente compreendê-lo na sua diferença, muitas vezes não olhamos somente para este outro. Olhamos também para nós mesmos. Ao aceitar o outro na sua diferença, muitas vezes somos levados a refletir sobre nós. Verificamos que existem outras possibilidades de existência, outras formas de ver e pensar o mundo e que a nossa é uma entre muitas. Não é a única possível e talvez nem a melhor.
Entendo bem seu ponto de vista, Potira, também me faço as mesmas perguntas!
Um Beijo!
Mirelle
Bhá Eder,
Grandes palavras meu amigo! Que a gente saiba mais vezes aprender com o outro sem julgá-lo inferior, e sim igual!
=)
Mirelle,
Bom saber que não estamos sozinhos no mundo com as questões que nos perturbam...
Um abraço!
=)
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