"Passaram uma semana inteira em Mumbai, hospedados em um pequeno hotel de Colaba, o bairro que ocupa a península sul da cidade. Podiam ir andando pela orla até a Porta da Índia. Ao entardecer , essa espécie de arco do triunfo, monumento colonial, mas inspirado na arquitetura muçulmana de vários séculos atrás, iluminava-se bem na frente do imponente hotel Taj Mahal. As luzes refletiam na água do porto, como um ornamento à parte. Aquela porta fora construída para celebrar a chegada do rei George V da Inglaterra, e por ali mesmo as tropas britânicas haviam desfilado antes de deixar a Índia definitivamente, em 1947. A fachada do Victoria Terminus, mais parecida com uma igreja gótica do que com uma estação de trem; os vendedores ambulantes de frutas, de jornais, de comidas quentes em todas as ruas; as cores das barracas de flores nas portas dos templos; os cheiros misturados de incenso e óleo queimado; as bicicletas, os rickshaws, os taxis e as buzinas soandoa toda hora; os cachorros buscando restos do que quer que fosse nas pilhas de lixo; um elefante com um menino sentado em cima, avançando silenciosamente pela rua com seus quatro mil quilos, ultrapassando biciletas e pedestres; os alfaiates ambulantes com suas máquinas de costura; os sadhus vestidos de laranja... (...) (pág. 208)
Miró, Asha. Soler-Pont, Anna. O rastro do sândalo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.
2 comentários:
Belíssima arquitetura e iluminação!
Pois é Mirella,
Imagina se os estudantes de Arquitetura do mundo todo pudessem ir até a Índia para estudar...
Seria maravilhoso!!!
=)
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