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domingo, 7 de março de 2010

Sono à indiana: Deepak Chopra na "Bons Fluídos"

 
Afastar a insônia passa pela sutileza de perceber cada um de nossos cinco sentidos. Esses são alguns dos ensinamentos ditados aqui por Deepak Chopra, médico indiano que prega o respeito à natureza e ás nossas sensações para banir os ruídos internos e ter uma noite de sono tranqüila. 
 
TEXTO: ANA HOLANDA
REPORTAGEM FOTOGRÁFICA: CAMILE COMANDINI
FOTOS: ROGÉRIO VOLTAN 
Seguir o ciclo da natureza. Essa é a receita do médico indiano Deepak Chopra em seu livro Uma Boa Noite de Sono (ed. Sextante). “Quando seus ritmos fisiológicos se sintonizam com a natureza – o movimento da Terra, do Sol, da Lua e das estrelas, o ciclo das estações do ano e as marés –, o sono vem sem esforço”, diz ele em sua obra, lançada em junho no Brasil. Chopra é um dos divulgadores, no Ocidente, da medicina aiurvédica, que segue os preceitos de saúde da filosofia indiana. Sua lição para dormir bem parece fácil, mas na prática seguir o ritmo do Sol e da Lua não é tão simples. Mas, mesmo para essas eventuais dificuldades, Deepak Chopra tem alguma resposta sábia, que passa por nossos instintos mais primitivos: tato, audição, olfato, visão e paladar. “Tudo o que você toca, prova, vê, cheira e ouve é metabolizado em seu corpo físico, mental e emocional”, acredita ele.

Entre os principais vilões de uma noite maldormida estão o excesso de estresse, ansiedade, depressão. Um estudo feito pelo Instituto do Sono, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em 1987, 1995 e repetido este ano, apontou que 81% dos paulistanos têm queixas de sono. Desses, 35% sofrem de insônia. “Os dados brasileiros coincidem com os internacionais em relação à insônia. Sabe-se também que 10% das pessoas desenvolvem o problema crônico”, conta Lia Bittencourt, médica do instituto e coordenadora do estudo. As pesquisas mostram, ainda, que as mulheres são as que mais sofrem com as noites maldormidas causadas pela insônia – os homens têm queixas de ronco, na maior parte das vezes. As explicações para isso estão relacionadas com a predisposição genética – existem famílias inteiras de insones – por elas terem maior tendência à depressão e à ansiedade e pelo vaie-vem hormonal. Na menopausa, por exemplo, a redução do hormônio feminino progesterona afeta a qualidade do sono.
FOGO INTERNO
Ter uma boa noite de sono acaba revigorando e rejuvenesce o corpo e a mente. É nessas horas que relaxamos, deixamos a tensão de lado e damos um tempo para que o organismo trabalhe com calma. “Se ao acordar você não estiver relaxado, é porque não chegou à fase de sono profundo”, afirma José Knoplich, reumatologista e especialista em higiene do sono. 

É nesse período que uma série de processos importantes acontece: uma arrumação interna na qual a memória e tudo o que foi visto e aprendido durante o dia é organizado e um conjunto de hormônios é liberado para manter o humor em alta. A medicina aiurvédica vai além e estabelece horários para as funções biológicas: das 22 às 2 horas acontece a regeneração do corpo, e das 2 às 6 horas da manhã, a dos neurônios. “É por isso que quem trabalha à noite envelhece mais rápido”, acredita Márcia De Luca, formada pelo Centro de Bem-Estar Chopra e fundadora do Ciyma – Centro Integrado de Yoga, Meditação e Ayurveda.

Para a medicina indiana, a hora de ir para a cama não deve ultrapassar as 22 horas porque é a partir daí que começa o horário pitta, que se estende até as 2 da madrugada. Assim como existem em nós características ditadas pelos tipos pitta, kapha e vata (relacionados ao biotipo de cada um), o passar do dia também sofre influência disso. O simbolismo é que, nesse período de horas, o elemento predominante é o fogo, em detrimento da água. “Pitta acelera o metabolismo e quem já tem problemas para dormir pode ter maior dificuldade para cair no sono depois das 22 horas”, esclarece Márcia De Luca. Uma boa dica para evitar o excesso do elemento fogo nesse horário e a conseqüente insônia é fazer uma refeição leve, no mínimo duas horas antes de ir para a cama. “Nada de comer sólidos depois do pôr-do-sol. O ideal é optar por sopas”, diz Márcia.

Cada instrumento é confeccionado especialmente pelo xamã.O couro, a madeira, as penas usadas como enfeites, tudo é escolhido segundo a intuição e consagrado em rituais e preces, conta Vânia Corveloni.O resultado é sempre único, inclusive em termos de sonoridade.“Às vezes, faço dois tambores do mesmo tamanho e material, e os timbres resultam completamente diferentes”, afirma.

Nos rituais, os xamãs batem o tambor não apenas com a baqueta mas também com o maracá, outro instrumento com funções mágicas. “Além de afastar a negatividade, o som do chocalho reúne pedacinhos de nossa alma que ficam perdidos no dia-a-dia, em meio a mágoas, traumas e doenças”, diz a terapeuta.

A prática da ioga é bem-vinda na visão de Deepak Chopra para ajudar no combate à insônia. Só que a atividade, aconselha ele, deve ser feita até o início do anoitecer e não antes de deitar. O mesmo vale para a meditação. Algumas pessoas experimentam um efeito profundamente relaxante após meditar. Outras conseguem aquietar os pensamentos, mas ficam com a mente em alerta, o que prejudica os estágios mais profundos do sono. Para quem já tem dificuldade para dormir, o indicado, de acordo com o médico indiano, é não deixar que o horário de meditação ultrapasse o pôr-do-sol.

Adaptar o corpo à cronologia da natureza, afinal, demanda persistência e organização. E estabelecer rituais antes de ir para a cama ajuda bastante. É um jeito de cada um desacelerar e reduzir os ruídos internos – pensamentos, ansiedades, energias acumuladas ao longo do dia. Vale manter o quarto confortável e aconchegante para que o sono chegue sem sobressaltos. Isso inclui diminuir a luminosidade do ambiente, ouvir uma música relaxante, vestir um pijama bem fofo e quente e evitar a TV ou comer guloseimas calóricas antes de cair no sono. “O segredo para manter as energias é não estimular excessivamente os sentidos”, diz Chopra, que garante, em seu livro, ter ótimas noites de sono.

VISÃO – Aqui vale: quanto menos luz, melhor. Dormir à noite é típico do ser humano. Sabe-se, por exemplo, que em países menos ensolarados, dorme-se mais tempo. A média é de seis a oito horas por noite. Quando os raios do Sol se vão, os estímulos para os olhos reduzem e o corpo, então, pede naturalmente o descanso. Uma máscara para dormir com ervas relaxantes ajuda.
AUDIÇÃO – Deepak Chopra ensina um mantra para ser recitado, repetidas vezes, ao deitar. As palavras “agasthi sharina” levam a um relaxamento profundo e aquietam, em especial, os ruídos internos.

PALADAR – A medicina aiurvédica tem uma receita infalível que esquenta o corpo e traz a sensação de acolhimento. A fórmula é simples: um copo de leite morno, com uma pitada de noz-moscada, açafrão e mcardamomo. O ingrediente especial é a noz-moscada, que induz ao sono. Vale adoçar com um pouco de mel.

OLFATO – A lavanda tem o poder especial para deixar as tensões do corpo de lado. O óleo essencial aplicado sobre a pele ou em forma de ervas, colocadas próximas ao travesseiro, melhora a qualidade do sono. A idéia aqui é fazer uma delicada almofada recheada de lavanda.

TATO – Sem o Sol à vista, a Lua manda no tempo. Isso faz, entre outras coisas, o calor ser menos intenso. E a temperatura tem uma relação direta com a qualidade do sono. Quanto mais frio, mais nos aquecemos e mais confortável se torna o ritual de ir para a cama. Vale vestir pijamas de textura macia e se aquecer com mantas quentes.

 
Revista Bons Fluídos - Julho de 2006

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5 comentários:

"Tah" disse...

Eu já li um livro dele sobre vida de Buda.. muito bom mesmo!!

Eder Santos Carvalho disse...

Gostei das dicas.Quem sabe agora eu consiga dormir um pouco mais.
Vai ser difícil.Estudante de arquitetura quase não dorme.Mas come essas dicas, vou tentar tirar um cochilo.hihihi!

۞ Potira ۞ disse...

Legal Thaís, eu tô com uns livros dele aqui e ainda nem li... =D


Eder, depois da hora que acabei o jantar de ontem eu é que quase não dormi... hihihih

=D

Paula Langbecker disse...

"Cada instrumento é confeccionado especialmente pelo xamã.O couro, a madeira, as penas usadas como enfeites, tudo é escolhido segundo a intuição e consagrado em rituais e preces, conta Vânia Corveloni.O resultado é sempre único, inclusive em termos de sonoridade.“Às vezes, faço dois tambores do mesmo tamanho e material, e os timbres resultam completamente diferentes”, afirma.

Nos rituais, os xamãs batem o tambor não apenas com a baqueta mas também com o maracá, outro instrumento com funções mágicas. “Além de afastar a negatividade, o som do chocalho reúne pedacinhos de nossa alma que ficam perdidos no dia-a-dia, em meio a mágoas, traumas e doenças”, diz a terapeuta."

Esses dois parágrafos não pertencem ao texto.

Paula Langbecker disse...

"Cada instrumento é confeccionado especialmente pelo xamã.O couro, a madeira, as penas usadas como enfeites, tudo é escolhido segundo a intuição e consagrado em rituais e preces, conta Vânia Corveloni.O resultado é sempre único, inclusive em termos de sonoridade.“Às vezes, faço dois tambores do mesmo tamanho e material, e os timbres resultam completamente diferentes”, afirma.

Nos rituais, os xamãs batem o tambor não apenas com a baqueta mas também com o maracá, outro instrumento com funções mágicas. “Além de afastar a negatividade, o som do chocalho reúne pedacinhos de nossa alma que ficam perdidos no dia-a-dia, em meio a mágoas, traumas e doenças”, diz a terapeuta."

Esses dois parágrafos não pertencem ao texto.

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