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sexta-feira, 30 de abril de 2010

Coleção Arte Gastronômica Indiana - Govinda Indian Restaurant







"Atualmente, tendo um fluxo muito grande de indianos vindos de várias partes do mundo e se instalando no Brasil, o restaurante Govinda se especializou em diversas receitas regionais da Índia, para atender a esse novo público, que hoje conta com mais de 2.000 imigrantes somente em São Paulo" (Um pouco de História, página 5) 


Gostei da proposta da revistinha de culinária da editora Arte Antiga, lançada em 2009 e vendida em bancas de jornal. Além de contar com 12 sugestões de pratos e sobremesas indianas, a revista tem uma matéria sobre o Govinda Indian Restaurant em São Paulo, de propriedade de Mukesh Chandra e Marcy Campos. 

O restaurante organiza eventos culturais e também conta com uma loja de artigos indianos. Para conhecer mais sobre o restaurante visite o site Govinda Indian Restaurant.



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quinta-feira, 29 de abril de 2010

"Encontro Encantado" Pedra Branca



Obrigada minha querida amiga Ingrid... A japa mais querida que me apresentou Pedra Branca a uns anos atrás e desde lá eu não consigo parar de ouvir...
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terça-feira, 27 de abril de 2010

Som da Índia - Cecília Meireles - Poemas escritos na Índia

SOM DA ÍNDIA


Talvez seja o encantador de serpentes!


Mas nossos olhos não chegam a esses lugares 
de onde vem sua música.


(São uns lugares de luar, de rio, de pedra noturna,
onde o sonho do mundo apaziguado repousa.)


Mas talvez seja ele.


As serpentes, em redor, suspenderão sua vida,
arrebatadas.


(Oh! elevai-nos do chão por onde rastejamos!)


E muito longe o nosso pensamento em serpentes se eleva
na aérea música azul que a flauta ondula.


Por um momento, o universo, a vida
podem ser apenas este pequeno som
enigmático


entre a noite imóvel
e o nosso ouvido.


(Cecília Meireles)

MEIRELES, Cecília. Poesias Completas - Volume III. Rio de Janeiro: Editora Civilização Brasileira, 1973

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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Cecília Meireles e sua viagem à Índia

 
Em 1953, a escritora brasileira Cecília Meireles viajou para a Índia e recebeu o título de Doutor Honoris Causa  da Universidade de Delhi
 

Pioneira na divulgação da literatura indiana no Brasil, ela esteve apenas uma vez na Índia, aos 52 anos de idade. Cecília escreveu diversas crônicas e poemas, retratando suas impressões sobre a viagem durante os dois meses  de sua estada. Ela considerava estes como os seus mais valiosos registros. Em 1961, 59  poemas foram publicados com o título de "Poemas escritos na Índia".


 
Crônicas de Viagem: A Índia – Cecília Meireles

Estes dias de canícula trazem-me à lembrança os meses passados na Índia, com o termômetro ainda mais alto que o nosso e nenhuma promessa de chuva antes da estação própria. Em alguns lugares, a paisagem tornara-se de um cinzento esbranquiçado - ossos, cal, cinza. O peso do sol era o peso do céu. Diziam-me: "Quando chover, fica tudo verde."

Mas o indiano tem o prazer do ar livre. Os belos jardins públicos estão sempre povoados de famílias que espairecem , passeiam, contemplam as árvores, admiram as flores, maravilham-se com os jorros d’água, os lagos, a sombra, as cores... Ao ar livre trabalha muita gente: barbeiros, costureiros, latoeiros... Ao ar livre fabrica-se e vende-se, brinca-se, estuda-se, medita-se.

As casas foram pensadas para um clima assim. Os aposentos muito altos são rasgados por amplas janelas, grandes portas, e por cima delas quase junto ao teto, ainda se vêem aberturas que facilitam a ventilação. Portas e janelas são para estarem abertas, no verão, protegidas às vezes por leves cortinas, ou por esteiras, que é costume molhar, para favorecer a frescura do ambiente. Há palhas perfumosas, que, molhadas, recedem. Fazem-se também quiosques de palha trançada, em alguns lugares nas casas modernas existem, naturalmente, grandes ventiladores suspensos no teto. O resto são varandas, cortinas que se levantam à menor brisa, e repuxos: o ar e água, que com o rumor de seus jogos consolam e refrescam.

Por outro lado, a vida indiana é simples e plácida. A comida, leve, quase sempre reduzida a legumes e arroz, um pouco de peixe ou ave. Muitas frutas: as mesmas frutas brasileiras que nos dão a impressão de não termos saído da terra: caju, manga, cocos, tamarindo, goiaba... E finalmente, leite, coalhadas, queijinhos moles, creme.

Como o sol, a certas horas, é insuportável, há trabalhos que começam muito cedo, no campo; e nas horas mais quentes do dia um grande sossego de sesta envolve a natureza e as criaturas , principalmente nos lugares pequenos, onde a vida é menos intensa.

A vestimenta típica dos indianos, homens e mulheres, além de sua grande beleza, é a mais inteligente que se possa usar também no verão. O sári é um longo pano (que pode ir do simples tecido de algodão à seda, e à gaze mais primorosamente ornamentada) com que a mulher indiana faz, rapidamente, uma elegante saia, sem costura nem qualquer espécie de prendedores, ajustando-o ao corpo, pregueando-o, fixando-o a cós da anágua, deixando uma ponta solta, como echarpe, que pode cobrir a cabeça ou envolver os ombros e busto, por cima da blusa.

O vestuário tradicional dos homens é aquele que Gandhi tornou conhecido no Ocidente: um sistema de panos brancos e flutuantes, formando calções amplos e o manto para as costas. Nem todos os homens se vestem assim, nem em todas as circunstâncias, mas os que sabem trazer esse tipo de indumentária imprimem à paisagem indiana uma nota inesquecível de autenticidade. Sandálias recortadas de variados modos completam esse guarda roupa. E só de olhar para as roupas de qualquer pessoa, para esses tecidos tão sensíveis que se franzem à menor brisa, pode-se ver se há calmaria ou se algum vento se esboça.

Como os indianos são normalmente abstêmios, mesmo em ocasiões de festa, as bebidas de suco de frutas, são verdadeiramente refrescantes. E as mais belas recepções são, sem dúvida, ao ar livre, nos jardins, entre as árvores, às vezes com tendas graciosas armadas, para facilitarem o serviço. Quando o jardim é o do palácio presidencial, todo recortado de canteiros entremeados d’água, com repuxos inúmeros, e todo bordado de flores como um tapete, e quando a festa é uma data nacional, não há salão que se possa igualar a esse ambiente de flores, águas irisadas, bebidas perfumosas e coloridas, e o fulgor das roupas orientais, de tons intensos e límpidos.

À noite, dorme-se nos terraços, nos jardins, nas varandas, na rua. Uns dormem pelo chão, em esteiras, outros nessas camas de vento (na verdade, de vento...) sem colchão, apenas com um trançado de cadarços em lugar do estrado. Os estrangeiros pensam que se dorme na rua só por pobreza, mas não é bem verdade. Há quem transporte sua cama para o lado de fora da casa a fim de aproveitar a fresca da noite para o repouso. E pergunto-me se haverá muitos lugares, hoje, no mundo, em que um mortal possa dormir tranqüilo ao ar livre, sem que outro mortal lhe venha tirar pelo menos o lençol e o travesseiro.

(Cecília Meireles. In: Obra em prosa - Crônicas de Viagem 2) 
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Cecília Meireles "Travelling and Meditating" Poemas escritos na Índia...




Meireles, Cecília. Travelling and Meditating: Poems Written in India and other poems. Tradução de Rita R. Sanyal e Dilip Loundo. Nova Delhi: Embaixada do Brasil, 2003, 289 pp.


Publicado na Índia em 2003 Travelling and Meditating, uma edição comemorativa do quinqüagésimo aniversário da única viagem de Cecília Meireles à terra que lhe despertara fascínio desde a infância. A iniciativa da publicação parte de Dilip Loundo, professor do departamento de Sociologia da Universidade de Goa, com o apoio da Embaixada do Brasil em Nova Delhi. Através do seu programa de disseminação da cultura brasileira na Índia, a Embaixada presta aqui um tributo especial à que foi pioneira na divulgação da literatura indiana no Brasil: além das várias palestras de Literaturas Comparada e Oriental que proferiu, Cecília, conhecedora de hindi e sânscrito, fez traduções para o português de poetas como Tagore.

Este volume bilíngüe compreende o seu Poemas Escritos na Índia, composto durante a viagem feita em 1953, e reúne os poemas inspirados em temas indianos dispersos nas outras obras suas. Depois do prefácio, escrito por Vera Barrouin Machado, embaixatriz brasileira em Nova Delhi, e dos agradecimentos aos colaboradores, antecedem os poemas dois textos que merecem ser mencionados: um excelente estudo introdutório intitulado «Cecília Meireles and India», por Loundo, e um breve ensaio crítico, «Cecília Meireles and the Poems Written in India», escrito originalmente em português por Antônio Carlos Secchin, professor da UFRJ, traduzido ao inglês pelo próprio Dilip Loundo.

Loundo discute em detalhe a afinidade pessoal de Cecília com a Índia, os seus estudos orientais e as conseqüências deste relacionamento na produção literária da autora; explica, ainda, as etapas da viagem, as impressões da poeta sobre cada localidade que visitou, com base nos seus escritos – numerosos poemas e crônicas – , que ela considerava os seus registros mais valiosos. O crítico destaca como principais influências no seu imaginário sobre a Índia contemporânea as figuras de Mahatma Gandhi e Rabindranath Tagore. Diz a poeta, na tradução de Loundo:

Tagore and Gandhi seem to sum up, between 1920 e 1940, all the traditional virtues of their people and represent them in the best possible way for the inception of a new life, dignified by freedom and wisdom (p. 26).

Secchin, por sua vez, situa os Poemas Escritos na Índia na série dos poemas de viagens de Cecília Meireles, considerando-os como retratos de contemplação das paisagens naturais e humanas da Índia:

Cecília reveals herself as a portraitist of landscape. […] In one instance, the picture records  the microscopy of rings, collars, teeth; in another, the ample scenes of the cycle of the day. […] The nature of India, in all its kingdoms, is sung by Cecília – it’s the vegetable kindom of «Sugar-cane Field» and «Pomegranates»; the mineral kindom of «Turquoise of Water», «Ganges» and «Storm»; and the animal kingdom of «Stables», «The Donkeys» and «The Elephant» (pp. 52-53).

Segue-se então a poesia de Cecília organizada em duas partes. A primeira delas constitui-se dos 59 poemas de Poemas Escritos da Índia, obra publicada originalmente em 1961, e a segunda é o resultado de uma garimpagem temática na obra completa da poeta, donde foram selecionados 12 poemas, entre eles a famosa «Elegia sobre a Morte de Gandhi», escrita no dia do acontecimento e imediatamente traduzida para várias línguas. Os poemas são em maioria peças curtas, o que facilita a disposição gráfica, de maneira que raras vezes um texto ultrapassa o espaço de uma página, garantindo a fluidez da leitura. As respectivas traduções vêm arranjadas na forma tradicional, à direita de cada original. Foram incluídas ilustrações para os poemas, 16 imagens ao todo, criações de Milan Khanolkar, artista gráfico de Goa.

Cecília Meireles contava 52 anos quando viajou à Índia. Já era escritora reconhecida; experimentava uma fase madura na composição poética. Travelling and Meditating mostra traços da tendência modernista combinados ao intimismo e reflexão metafísica próprios do seu estilo. Mais liberdade no verso, ritmo gracioso. Poemas sobre cegos, crianças, mulheres, servos, pó, incensos, humildade, pobreza e cores, muitas cores. A Índia parece ter inspirado em Cecília ternura e piedade, por ela expressos com muito afeto, como em «Lembrança de Patna» (p. 100):

As ruas, modestas.
O campo, submisso:
as batatas pareciam apenas
torrões mais duros.

As casas, simples,
as pessoas, tímidas.
Tudo era só bondade e
pobreza.

Versos cujos efeitos sonoros internos, aliás, resultam interessantes na tradução de Rita Sanyal, apesar do sacrifício do detalhe poético mais precioso do excerto («torrões mais duros»):

The roads, modest.
The field, submissive:
The potatoes merely looked
like harder lumps.
The houses, simple,
the people, timid,
Everything was but goodness
and poverty.

Os nomes dos tradutores aparecem ao final de cada poema traduzido, e oportunas notas explicativas completam a leitura com informações sobre lugares, personagens e eventuais vocábulos do idioma local utilizados nos originais de Cecília. Rita Sanyal, especialista em Literaturas Inglesa e Portuguesa e tradutora profissional em Nova Delhi, é a responsável pela tradução da maior parte dos poemas de Travelling and Meditating. Um grupo menor de poemas foi também traduzido por ela em colaboração com Dilip Loundo. O restante do livro foi traduzido por Loundo, incluídas todas as peças da segunda parte do livro, onde estão concentrados os poemas mais longos. As traduções, tanto as de Sanyal quanto as de Loundo, mostram esforço discreto em recuperar no inglês as nuanças do material sonoro da poesia de Cecília Meireles, isto é, os poemas traduzidos parecem mais próximos dos originais literalmente que literariamente. De modo que, quando comparados aos originais, boa parte dos efeitos de som e sentido, que as traduções oferecem, parecem ter sido meros acidentes da língua, ou o são com certeza, como nos versos finais de «Participação» (pp. 70-71), outro poema de Cecília à causa de Gandhi, traduzido por Dilip Loundo:

Pobreza, riqueza,
trabalho, morte, amor,
tudo é feito de lágrimas.

Poverty, wealth,
work, death, love,
everything is made of tears.

Há outras surpresas agradáveis ao leitor das duas versões de Cecília Meireles, original e  tradução. As traduções mais modestas de Travelling and Meditating, sob um olhar literário, em geral coincidem com os pontos fracos da obra original, como é o caso em «Mahatma Gandhi». Num ponto forte do livro, «74 (Quadra)», a tradução de Loundo, «74 (Stanza)» (pp. 214- 215), desfaz a velocidade e as rimas perfeitas do original e produz um efeito diverso de sentido bastante curioso, ao menos para o leitor brasileiro:

Buda, Jesus, Maomé,
tudo foi gente morena:
gente que viveu de fé,
gente que morreu de pena.

Buddha, Jesus, Muhammad,
they were all dark people:
people who lived on faith,
people who died of sorrow.

Na tradução de «Zimbório», a versão em inglês quebra a construção poética dos versos originais de Cecília (pp. 132-133):

Tudo vai sendo jamais.
Tudo é para sempre nunca.

Nothing goes on being forever.
Nothing is ever forever.

Esta é a única tradução em que se omite o nome do tradutor.

Nos apêndices o leitor encontra a cronologia dos livros de poemas de Cecília Meireles, as referências de todos os poemas reunídos no volume, das crônicas escritas durante os dois meses de sua estada na Índia e das traduções publicadas de poemas de Tagore feitas por Cecília. Ainda nos apêndices estão o itinerário da viagem, o discurso da poeta, completo, no seminário sobre Gandhi – aqui sintetizados, aliás, o seu próprio ideário sobre educação – , entrevistas, fotografias, notas de jornais (goenses) da época e uma tentativa de correlação entre as crônicas e poemas com os possíveis locais onde foram escritos. Tudo revisado por Carlos Alberto Gohn.

Travelling and Meditating representa uma boa amostra do estilo de Cecília Meireles ao público estrangeiro, e o rigor acadêmico  na edição faz com que o livro seja atraente também ao leitor brasileiro.

Juliana Steil
UFSC

Resenhas de Traduções - Publicação da Universidade Federal de Santa Catarina. Fonte do artigo em PDF  

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quinta-feira, 22 de abril de 2010

Contos de fadas indianos



 
 "Princesas que irradiam luz como a lua e iluminam a noite de sua cidade; outras que realizam toda espécie de façanhas por amor a um homem, aqui se revelam mulheres apaixonadamente corajosas e dotadas de grande força para vencer os reveses e as imposições que a vida ou os homens lhes impõem." 
 
JACOBS, Jospeh . Contos de fadas indianos. São Paulo: Landy, 2001.
Título original: Indian Fairy Tales 

São 29 contos de fadas, entre eles os meus favoritos "Como o filho do rajá conquistou a princesa Labam", "O violino mágico", "A magnífica Laili", "O filho do astrólogo", "O filho das sete rainhas", "Rajá Rasalu", "O menino com uma lua na testa e uma estrela no queixo", "A cidade de marfim e a princesa encantada" e "No dia em que o Sol, a Lua e o Vento saíram para jantar".

Este sim é um livro muito interessante. Os contos selecionados por Joseph Jacobs são maravilhosos e encantam qualquer pessoa. Alguns são longos e se subdividem, como se houvessem histórias dentro das histórias. Outros são curtos e a narrativa não é entrecortada por outras. Esta seleção é perfeita para ser adaptada para contadores de histórias, elas descrevem histórias mágicas e cenários incríveis. Contos narrados com arte.

A capa da edição brasileira, assinada por Camila Mesquita é linda. Não sei informar se ela é a ilustradora ou se apenas fez o projeto gráfico sobre alguma ilustração indiana de outro artista. Na parte de trás há um elefante, na "orelha" uma linda mulher indiana e na capa há a imagem de um homem indiano. (A reprodução que acompanha esta postagem não está muito boa, mas as ilustrações são belíssimas). Vale a pena procurar o livro e ver as ilustrações, dar uma olhada nas histórias.

O livro também possui um Glossário para você acompanhar algumas palavras do vocabulário que estão escritas em hindi ou descrições de seres fantásticos e mitológicos.
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Contos Mágicos da Índia


BURKE, Marie Louise. Contos Mágicos da Índia. Brasília: Editora Teosófica, 1996.

Título original: Vedantic Tales


São seis contos intitulados: "O Discipulado de Hari, o Leão", "O Aprendizado Espiritual de Sri Nag, a Cobra Naja", "Ajay, o Gavião-pescador que era Discípulo", "O Comprimido Azul", "O Ladrão e o Viajante" e "Niranjan, o Erudito".

Na apresentação consta que a autora "reconta em linguagem simples seis  fascinantes histórias da antiga literatura vedanta, belamente ilustradas por Brahmacharini Prajna" e que são dirigidas principalmente para crianças e adolescentes.

 
Gostei apenas da história do aprendizado de Sri Nag e do conto do Comprimido Azul. Minha opinião pessoal sobre o livro é que: as histórias não me fascinaram; as ilustrações, ao menos na edição em português não tem nada de belas e isso não se deve  às ilustrações serem em preto e branco. Eu não contaria estas histórias para crianças ou adolescentes, e não creio que eles se interessem por este tipo de leitura. Talvez interesse apenas alguém que pesquise sobre o tema.

Faz tempo que estou tentando escrever alguma coisa positiva sobre este livro, mas sinceramente, não é um livro que eu considere fabuloso para fazer parte da minha coleção particular. É um daqueles livros pra se pedir emprestado ao amigo ou ler em uma biblioteca.

=D
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quarta-feira, 21 de abril de 2010

Let's Colour India Jodhpur






                               Photos by Let's Colour Flickr
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sábado, 17 de abril de 2010

Let's Colour India Jodhpur: A Cidade Azul...



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Let's Colour Índia: Cores de Jodhpur


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Let's Colour Project - Colorindo na Índia



Let’s Colour” é um projeto internacional da Coral para dar mais vida e cor a espaços urbanos. Teve início no Rio de Janeiro e já passou por Paris, Londres e Jodhpur. Mais tarde passará por Istambul e Xangai. Em cada cidade, comunidades locais trabalharam em conjunto com designers e especialistas adicionando cor aos lugares escolhidos.

Eles estiveram na cidade indiana de Jodhpur nos dias 2 e 3 de abril de 2010. Nas postagens seguintes você verá algumas das belas imagens do projeto.

Para saber mais, visite o site, o blog ou o flickr do Let’s Colour e confira.
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sexta-feira, 16 de abril de 2010

A porta da Índia, Mumbai

"Passaram uma semana  inteira em Mumbai, hospedados em um pequeno hotel de Colaba, o bairro que ocupa a península sul da cidade. Podiam ir andando pela orla até a Porta da Índia. Ao entardecer , essa espécie de arco do triunfo, monumento colonial, mas inspirado na arquitetura muçulmana de vários séculos atrás, iluminava-se bem na frente do imponente hotel Taj Mahal. As luzes refletiam na água do porto, como um ornamento à parte. Aquela porta fora construída para celebrar a chegada do rei George V da Inglaterra, e por ali mesmo as tropas britânicas haviam desfilado antes de deixar a Índia definitivamente, em 1947. A fachada do Victoria Terminus, mais parecida com uma igreja gótica do que com uma estação de trem; os vendedores ambulantes de frutas, de jornais, de comidas quentes em todas as ruas; as cores das barracas de flores nas portas dos templos; os cheiros misturados de incenso e óleo queimado; as bicicletas, os rickshaws, os taxis e as buzinas soandoa toda hora; os cachorros buscando restos do que quer que fosse nas pilhas de lixo; um elefante com um menino sentado em cima, avançando silenciosamente pela rua com seus quatro mil quilos, ultrapassando biciletas e pedestres; os alfaiates ambulantes com suas máquinas de costura; os sadhus vestidos de laranja... (...) (pág. 208)

Miró, Asha. Soler-Pont, Anna. O rastro do sândalo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.
 
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quinta-feira, 15 de abril de 2010

 Photo by Meena Kadri



"Atravessar fronteiras é o verdadeiro sentido da vida. [...] Há muitas fronteiras que não são físicas e que também é preciso atravessar: as da cultura, da família, do idioma, do amor..."

Ryszard Kapuscinski,
em etntrevista com Ramón Lobo,
Publicada em El País,
a 23 de abril de 2006.
* citado em O rastro do sândalo.
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quarta-feira, 14 de abril de 2010

"Havia muitas Índias dentro da Índia...."

"[...] Ritu tinha passado toda a gravidez desejando ter um menino, como todas as mulheres da Índia. Nove meses imaginando as festas e as cerimônias que anunciavam o nascimento de um herdeiro, nove meses rezando aos deuses para que não fosse menina. O nascimento de uma menina era sempre uma desgraça, um mau presságio para a família, alguns acreditavam. Os parentes e vizinhos se aproximavam da casa compungidos, para desejar-lhes "boa sorte da próxima vez". Uma menina era um fardo até que fosse possível casá-la. Ritu demorou muito a ficar grávida de novo. Finalmente, cinco anos depois, Sita nasceu.
As súplicas e as pujas não serviram de nada dessa vez: outra menina nasceu. Uma vizinha que ajudara no parto sugeriu afogá-la num balde de água imediatamente. No campo, muitas recém-nascidas eram sacrificadas em poucos minutos pelo bem de todos. Mas Nadira, a filha mais velha do marido de Ritu, impedira-o."
(pág. 45-46)

"Chamki era a cozinheira e quem decidia como se preparava cada coisa. Sabia muito e Muna só tinha que seguir suas ordens para que tudo ficasse bom. Era uma especialista na cozinha Kerala, que ela dizia ser a melhor da Índia. Conseguira que os Raghavan lhe dessem razão e sempre lhe pedissem os pratos de sua terra do sul, que já faziam parte das comidas habituais da família. Assim, então, Muna se cansava de ralar coco, porque as receitas de Kerala sempre levavam coco, seja para fazer os molhos de curry ou de sambar, o molho mais típico do sul para comer com o arroz. E também para preparar o chutney de coco, uma espécie de geléia espessa que servia com as massala dosas, os crepes fritos de arroz com purê de batata por cima. Cortar, picar, ralar, fritar pappadams de farinha de lentilhas... Na cozinha, ouvia-se o tilintar enérgico das pulseiras de Chamki, que não parava quieta. E Muna também não. A casa tinha sempre um cheiro agradável de coco e cebola frita."
(pág. 68-69)

"Sobre a mesa da sala de jantar ficaram apenas os presentes que Pilar trouxera para eles de Paris: um disco de Ravi Shankar que, segundo ela, era imprescindível escutar para se aproximar da Índia, e um livro muito grande de capa dura com retratos de meninos e meninas indianos em preto-e-branco. Escutariam a cítara de Ravi Shankar e olhariam as fotos do livro com calma mais de uma vez." 
(pág. 110)

"- Quer escutar alguma música?
- Sim, coloque o disco de Jagjit Singh, por favor.
- É pra já, senhora Kulkarni."
(pág. 175)

"(...) Nasik era uma cidade pequena e muito sagrada. O rio Godavari era o centro da atividade. Nos ghats, a toda hora havia mulheres lavando roupa. Estendiam os saris coloridos bem esticados no chão. Retângulos de cor laranja, rosa-choque, vermelho, turquesa... Grandes cartazes lembravam a celebração do Kumba Melah que ocorrera havia quase um ano. Era uma das peregrinações mais multitudinárias do mundo, celebrada periodicamente em diferentes cidades indianas. A cada treze anos era a vez de Nasik e Trimbak, uma cidade próxima."
(pág. 185)

"(...) Ignorara uma realidade que, pelo visto, os estrangeiros conheciam mais do que os próprios indianos, obcecados em prosperar, em conseguir que a Índia chegasse a ser uma das potências da indústria do cinema e da informática, em ter uma boa antena parabólica no telhado, em estudar nas melhores universidades do mundo. Havia muitas Índias dentro da Índia. No mínimo duas: Índia e Bharat Varsh, o nome do país em hindi. Índia foi o nome que os colonizadores britânicos lhe deram a partir do Hindustão, a denominação do país na língua urdu. Ela não conhecia ou não queria conhecer a realidade de Bharat Varsh, conhecida por boa parte do mundo e que tanto lhe custava assumir."
(pág. 186)

Miró, Asha. Soler-Pont, Anna. O rastro do sândalo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.

 Photo by Meena Kadri 
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Arqueologia Literária: A Sabedoria dos Upanixades de Annie Besant

Começando a série Arqueologia Literária aqui no blog... 

O objetivo é trazer para a discussão poemas, livros ou contos que estou descobrindo pela biblioteca...


BESANT, Annie. A sabedoria dos Upanixades. São Paulo: Editora Pensamento, s.d.
Título original: The wisdom of the Upanishads Edição: The Theosophical Publishing House Adyar, Madras, Índia.

Quatro conferências proferidas por ocasião do 31º Aniversário da Sociedade Teosófica em Adyar em dezembro de 1906. Tradução de Carlos Alberto da Fonseca.

As conferências foram denominadas "Brahman é Tudo", "Is'vara", "Os Jîvâtman" e "A Roda dos Nascimentos e das Mortes".

"(...)Uma palavra eu deixei deliberadamente sem tradução - tapas. Não há nenhuma palavra inglesa [nem portuguesa (N.T.)] que expresse o seu significado; as várias traduções que até agora foram feitas - austeridade, penitência, ascetismo, devoção - estão todas elas nela contida, mas ela é muito mais do que todas juntas. Provém da raiz TAP, "arder". Há nela calor, uma força abrasadora, que tudo consome. O fogo do pensamento está nela, o fogo que cria. O fogo do desejo está nela, o fogo que devora. Pode ser definida como "uma atividade física esforçada continuada, rigorosamente controlada e dirigida pela vontade em direção a um pensamento concentrado." Por meio de tapas Brahman criou mundos; por meio de tapas  Vis.n.u alcançou sua categoria sublime; por meio de tapas Mahâdeva tornou-se o Jagat-Guru. Por meio de tapas todo R.s.i obteve seus poderes sobrenaturais e obrigou que até mesmo os Devas mais relutantes concedessem suas dádivas. Resolvi, então, manter a palavra em sua forma original, de maneira a possibilitar sua inclusão no vocabulário teosófico, do qual já fazem parte karman e dharma. 
Que este pequeno livro prossiga em sua missão e conquiste alguns adeptos para o estudo de sua fonte.* 
ANIE BESANT

*[Na grafia das palavras sânscritas, harmonizou-se a transcrição dos termos originais segundo critérios estabelecidos pelo Comitê de Transliteração do Congresso Orientalista de Genebra, realizado em setembro de 1894, que são seguidos até hoje pelos indólogos e pelas editoras que menos confusão querem gerar nesse setor. (N.T.)]"

(Do Preâmbulo, páginas 7 e 8.)
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quarta-feira, 7 de abril de 2010

O rastro do sândalo

"Quem dera a literatura fosse como a vida! A relação de amizade entre Asha Miró e Anna Soler-Pont resultou em um belíssimo romance que revela o lado positivo da globalização" El País


Miró, Asha. Soler-Pont, Anna. O rastro do sândalo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.

Muna, onze anos, orfã que trabalha numa fábrica de tapetes em Bombaim, separada da irmã mais nova.

Sita, seis anos, viveu em orfanatos de Nasik e Bombaim. Sonha ser adotada por uma família.

Solomon, menino etiope de oito anos, vivendo em Addis Abeba e vendo seu mundo mudar radicalmente.

Em 2004, depois de 30 anos, as vidas de Solomon, Muna e Sita se cruzam em Barcelona. Um arquiteto, uma atriz de cinema e uma médica, pessoas diferentes, que descobrem velhos e novos laços que as unem.

* * *

Estou lendo agora, é um livro bem interessante, estou ansiosa pelo desfecho final e pelo encontro das personagens. Minha avaliação até o momento é um livro bom, mas o glossário bem pobrinho...

Asha Miró nasceu em 1967, em Saha na Índia, vive em Barcelona desde 1974. Quero procurar o outro livro da autora La hija del Ganges onde ela relata sua volta para a Índia, vinte anos depois de ser adotada e levada para a Espanha.
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