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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Boa sorte 2012!

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segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Anoitecer - Cecília Meireles - Poemas escritos na Índia

ANOITECER

AO longo do bazar brilham pequenas luzes.
A roda do último carro faz a sua última volta.

Os búfalos entram pela sombra da noite,
onde se dispersam.

As crianças fecham os olhos sedosos.
As cabanas são como pessoas muito antigas,
sentadas, pensando.

Uma pequena música toca no fim do mundo.

Uma pequena lua desenha-se no alto do céu.

Uma pequena brisa cálida
flutua sobre a árvore da aldeia
como o sonho de um pássaro.

Oh, eu queria ficar aqui,
pequenina.
De Poemas Escritos na Índia.
(MEIRELES, Cecilia. Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1973. pág. 21-22)
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Onde está o elefante?


Observe atentamente esta foto do Tudo é Possível, feita pelas ruas de Delhi. Está camuflado um amiguinho paquiderme, irmão gêmeo dos meus novos filhinhos. Estamos em busca de um lugar para eles aqui... Em breve, as fotos.
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sábado, 24 de dezembro de 2011

Pelas ruas de Delhi...




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quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Tudo é possível!



Pessoal, a dica de hoje é uma visita ao Tudo É Possível um site muito interessante sobre a Índia. Já adicionei a página deles à nossa Potirah Blogspot no Facebook e na lista de sites interessantes aqui do blog.
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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

The Singhsons: A versão indiana de Os Simpsons

Ok, essa é velha, talvez eu até já tenha compartilhado aqui no blog anteriormente, mas de qualquer forma eu gosto do humor de Os Simpsons e da sátira que eles fazem à sociedade americana. Aqui eles mostram da mesma forma uma "típica" família Singh, com todos os estereótipos que o termo "típico" acarreta.

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sábado, 17 de dezembro de 2011

As livrarias mais interessantes do mundo!

Em meio a uma listagem com as famosas El Ateneo de Buenos Aires, do Lello no Porto, Shakespeare & Co. em Paris e a tantas outras, está esta livraria "apertadinha" em Calcutá, Índia.

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Frango Tandoori




A foto ao lado é de um Tandoor, tradicional forno a lenha de formato cilíndrico popular no norte da Índia e em outros países orientais. 

Reproduzo uma receita do livro Índia: Os caminhos entre a fé e a modernidade (que pode ser seu clicando aqui) originalmente feita em tandoor, mas adaptada para forno comum.


Prato típico do Norte da Índia e do atual Paquistão, o Frango Tandoori é mais um sabor indiano que conquistou o mundo.

Para prepará-lo você precisará de:

- 2 colheres de sopa de coentro em pó
- 1 colher de sopa de páprica doce
- 1 colher de sopa de cominho em pó
- 1 colher de sopa de açafrão
- 1 colher de páprica em pó
- 2 colheres de chá de pimenta-malagueta em pó
- 1 colher de chá de cardamomo em pó
- 4 dentes de alho picados
- 1 raiz de gengibre pequena picada
- 250 ml de iogurte desnatado
- suco de 2 limões sicilianos
- raspa da casca de 1 limão
- 8 coxas de frango sem pele

Modo de preparo
Transforme o alho e o gengibre em uma pasta homogênea com um moedor.
Adicione o iogurte, o suco de limão e a raspa da casca, o restante dos temperos e misture bem.
Espete o frango com um garfo, de modo a fazer pequenos buraquinhos por onde o tempero possa penetrar. Coloque-o em uma forma, esfregue-o e cubra-o com dois terços da pasta de temperos.
Deixe-os marinando na geladeira, cobertos com papel alumínio, por 10 horas.
Pré-aqueça o forno a 210ºC.
Forre uma assadeira com papel alumínio e ponha o frango marinado para assar.
Espalhe o resto da pasta de temperos sobre o frango e asse por cerca de uma hora, até que fiquem macios e tenros ao toque.
(Para quem quiser mais informações sobre esse forno e os temperos recomendo a leitura do livro Arqueologias Culinárias da Índia)
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Charminar, a mesquita das Quatro Torres



Essa é uma imagem de Charminar, que significa "Quatro Torres", uma conhecida mesquita em Hyderabad, Índia.
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sábado, 10 de dezembro de 2011

Canhamo de Bengala por pharmaceuticos de Paris para a Cidade do Desterro

Leia sobre a utilização medicinal da maconha indiana no Brasil em fins do século XIX.


Este é um antigo anúncio publicitário de um jornal da Cidade do Desterro, atual Florianópolis. 
Anuncia a venda de cigarros de Cannabis Indica, feitos com cânhamo de Bengala por farmacêuticos de Paris para o tratamento de doenças das vias respiratórias.



 "A Regeneração. Jornal da Provincia de Santa Catharina", Anno VII, n. 705, Cidade do Desterro, 26/08/1875.

"CIGARROS INDIOS
DE CANNABIS INDICA
de GRUMAULT e Cia, pharmaceuticos em PARIS.

   Todos os especificos empregados até hoje para aliviar da asthma e das molestias das vias respiratorias, tem por base SUBSTANCIAS TOXICAS que deixão um grande peso no cérebro e além d'isto são summamente perniciosas à inteligencia e à saúde em geral.
   As propriedades do principio activo do canhamo de Bengala que contem nossos cigarros são tão admiraveis, que apenas se respira alguma fumaça nota-se logo uma grande facilidade em respirar, menor oppressão, em uma palavra um alívio rápido, completo e inoffensivo, porque os nossos cigarros não contém princípio tóxico algum. São pois estes cigarros o unico remedio certo que se possa aconselhar com confiança contra nevroses, asthma, catarrho pulmonar, laryngite e em geral contra todas as molestias das vias respiratórias."
*Um professor compartilhou a imagem no Facebook e eu publico aqui para vocês.
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domingo, 27 de novembro de 2011

Tarde Amarela e Azul - Cecília Meireles - Poemas escritos na Índia

TARDE AMARELA E AZUL

VIAJO entre poços cavados na terra seca.
Na amarela terra seca.
Poços e poços de um lado e de outro.

Sáris amarelos e azuis,
homens envoltos em velhos panos amarelados,
crianças morenas e dóceis;
tudo se mistura aos veneráveis bois
que sobem e descem em redor dos poços.

Dourados campos solitários,
longas e longas extensões cor de mostarda.
São flores?

Lua do crepúsculo abrindo no céu jardins aéreos,
nuvens de opalas delicadas.

Poços e poços. E mulheres carregando ramos ainda com folhas,
árvores caminhantes ao longo da tarde silenciosa.

Passeiam pavões, reluzentes e felizes.
Caminham os búfalos mansos, de chifres encaracolados.
Caminham os búfalos ao lado dos homens: uma só família.

E os ruivos camelos aparecem como colinas levantando-se,
e passam pela última claridade do crepúsculo.

Todas as coisas do mundo:
homens, flores, animais, água, céu...

Quem está cantando muito longe uma pequena cantiga?

De uma exígua moita,
sai de repente um bando de pássaros:
como um fogo de artifício todo de estrelas azuis.

(E o deserto está próximo.)

De Poemas escritos na Índia.
(MEIRELES, Cecilia. Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1973. pág. 20-21)
Imagem
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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

 

"(...) vivemos num quarto fechado e pintamos o mundo e o universo nas paredes dele (...)"

SARAMAGO, José. História do Cerco de Lisboa. Rio de Janeiro: O Globo, São Paulo: Folha de São Paulo, 2003. pág. 273.

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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Gosta de livros sobre a Índia?


Criei um grupo no skoob chamado Índia para reunir leitores, apreciadores e admiradores da literatura indiana e sobre a Índia.


Faça parte você também!

=)

Para conhecer o grupo, clique aqui.
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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Os vibrantes vermelhos da Índia

*Postagem sugerida pelo amigo Eder do blog Historia e Arquitetura


Se toda exuberância e exotismo da Índia tivessem de ser dissolvidos numa única cor, com certeza nos veríamos envoltos num mar de diferentes tons de um mesmo e poderoso vermelho.


Presente nos principais momentos da vida religiosa, pessoal e pública dos indianos, o vermelho representa a celebração, alegria, boa sorte e paixão. Neste último aspecto, temos a cor firmemente marcada nas cerimônias de casamento. É ali que reina soberano o vermelho; nas mãos e pés, as tatuagens coloridas de hena enfeitam as noivas com desenhos, seda usada na ocasião é vermelha, geralmente bordada com desenhos arrematados por fios dourados, o fogo - centro do ritual das bodas - é atiçado com produtos que o faz reluzir vermelho. Por fim, o sindoor, pó escarlate que simboliza a bênção e a prosperidade no casamento vai no penteado da noiva. Se o casamento e o sexo ocupam lugar de destaque na cultura hindi, nada mais revelador.

Outro pó vermelho é o gulaal, usado no Festival Holi, o carnaval de rua indiano; é um talco feito de pó de sândalo e corantes extraídos de pétalas de rosas. Ele é jogado nas pessoas como o confete no carnaval do Brasil. É com corantes semelhantes a esses que são feitos os rangoli, desenhos feitos no chão para enfeitar as casas e praças.

Há ainda a conotação religiosa: o vermelho é a cor da veneração a deusa Durga que representa o feminino sagrado. A cor aparece nas oferendas feitas a ela, bem como aparece numa oferenda da natureza aos nossos olhos; no verão, as cores se tornam rubras ao redor das montanhas.

No maior estado da Índia, o Rajastão, turbantes, véus e saias vão do rosa ao vermelho, as jóias são predominantemente feitas de rubi. Vê-se o arenito vermelho nas fachadas das casas, influência herdada da arquitetura mongol.

As pimentas, os xales, as flores, as cerejas, as maças de Kulu, tudo ao redor parece apontar a Índia para essa cor que habita o imaginário tradicional e faz surgir conjuntos concretos impossíveis de serem descritos. Assim sendo, melhor deixar que as imagens falem e deslumbrem com a completa tomada de beleza vermelha que permeia todos os cantos do país.


Os vibrantes vermelhos da Índia | 5 de março de 2008 
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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Manhã de Bangalore - Cecília Meireles

MANHÃ DE BANGALORE

AURICELESTE manhã com as estrelas diluídas
numa luz nova.
Um suspirar de galos através dos campos,
lá onde invisíveis cabanas acordam,
cinzentas e obscuras,
porém cheias de deuses sob tetos de palha.

Auriceleste manhã com a brisa da montanha,
a rósea brisa,
desenhando seus giros de libélula
no horizonte de gaze.

Deslizam bois brancos e enormes
de chifres dourados,
- oscilantes cítaras
com borlas vermelhas nas pontas.

As primeiras mulheres assomam à janela do dia,
já cheias de pulseiras e campainhas,
entreabrindo seus véus como cortinas da aurora.

E o caminho vai sendo pontuado
de estrelas douradas,
aqui, ali, além,
no bojo dos vasos de cobre,
os vasos de cobre polido que elas carregam
como coroas.

Ai, frescura de rios matinais,
de panos brancos que ondulam ao sol!

Alegrias de água, sussuros de árvores.
O perfil do primeiro pássaro.

E a bela moça morena, com uma rosa na mão
e os dentes cintilantes.

E a postagem de hoje faz parte do livro Poemas Escritos na Índia, escrito por Cecilia Meireles, nascida no Rio de Janeiro dia 7 de novembro de 1901.

(MEIRELES, Cecilia. Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1973. pág. 16-17)

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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

As marionetes do Rajastão

Esta postagem veio de uma conversa com a Liloca que semanas atrás assistiu a uma apresentação de marionetes do Rajastão, se emocionou com a história, a música e o canto que acompanhavam. Vou reproduzir o vídeo, as informações e impressões dela. Espero que gostem!




O espetáculo é chamado Kathputli, que no idioma do Rajastão significa "Dança de Madeira". As marionetes podem ser adquiridas por turistas e remontam uma grande tradição que está se perdendo um pouco. Este teatro nasce de povos oriundos do deserto, ligado a alma campestre da região do Rajastão e nordeste da Índia.

É uma forma de arte profana já que as marionetes executam truques, danças, canções, mas tocam temas do sagrado com personagens que representam heróis legendários, deuses do Hinduísmo, mestres do Islamismo, além de considerar sensivelmente arquétipos humanos.

O espetáculo apresenta uma grande festa na corte e alguns personagens clássicos deste estilo: a bailarina Anarkali (de origem real, uma plebéia pela qual se apaixonou um homem da corte, relacionado à história da dinastia que construiu o Taj Mahal), o encantador de serpentes, um malabarista, um equilibrista sobre um cavalo…
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sábado, 29 de outubro de 2011

O vampirinho de Varanasi.

Indian cute vampire in orange tuxedo drinking thumbs up.
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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Interior Designer in Mumbai India

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segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Convite para celebrar o Diwali 2011

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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Os Segredos do Taj Mahal


Assisti hoje pela Nat Geo Channel e achei interessante compartilhar com os leitores do blog:




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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Onde eu queria estar...


So sorry everyone... Perdi a referência da imagem que estava no meu outro computador. É um espaço belíssimo. Se alguém descobrir de onde é, por favor me avise que eu edito e coloco os créditos aqui.

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terça-feira, 11 de outubro de 2011

Octoberfest na Índia




Para você que pensa que a Octoberfest é festejada apenas na Alemanha e em países que tiveram imigração alemã... Surpreenda-se com a Octoberfest na Índia.

Hyderabad é uma das maiores cidades metropolitanas da Índia, com mais de 4 milhões de habitantes. Ali aconteceu a maior Octoberfest daquelas bandas (entre os dias 30 de setembro e 01 de outubro de 2011) patrocinada pela cervejaria local Kingfisher.

A dica da postagem é do Evandro.
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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A Índia me persegue...

Uma surpresa ao ler Ficções de Jorge Luis Borges

"(...) A história começada em Bombaim segue nas terras baixas de Palanpur, demora-se uma tarde e uma noite à porta de pedra de Bikanir, narra a morte de um astrólogo cego numa cloaca de Benares, conspira no palácio multiforme de Katmandu, reza e fornica no fedor pestilencial de Calcutá, no Machua Bazar, contempla nascer os dias no mar desde um cartório de Madras, vê morrer as tardes no mar de uma sacada no Estado de Travancor, vacila e mata em Indapur e conclui sua órbita de léguas e de anos na mesma Bombaim, a poucos passos do jardim dos cães côr de lua. (...)"

BORGES, Jorge Luis. A aproximação a Almotásim. In: Ficções. Porto Alegre: Editora Globo: 1972. pág. 41-42.
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quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Histórias da Índia - As ilustrações de Maurício Negro


Por Maurício Negro no blog Feijão Preto


Um marajá, príncipe na Índia antiga, posa a frente do barbeiro. À direita, uma princesa e um macaco que acaba de dar um sumiço em seu pretendente: um faquir trapaceiro. Eunice de Souza nasceu em Pune, Índia. Doutoranda pela Universidade de Bombaim, mestre em Literatura Inglesa pela Universidade de Marquette (E.U.A.), ex-professora do St. Xavier's College. Poeta, romancista e autora de diversas obras para crianças. Neste livro, pela Edições SM, a autora reconta dez histórias. Divertidas, fantásticas, sagazes, fabulosas, foram recolhidas de várias regiões da Índia e do Panchatantra, a mais antiga coleção de histórias conhecidas. Cada porção de seu país tem suas singularidades, conforme a cultura e tradição local. Antes de começar a pensar e rabiscar, reuni informações sobre arte e cultura indianas. Agradeço, em particular, a colaboração imprescindível de três queridos amigos.


Uma ilustração feita sob medida para a primeira página do livro, mais conhecida como rosto ou frontispício. Ajna, ou o sexto chakra, fica bem entre as sobrancelhas e está ligado à intuição e à percepção sutil. Quando bem desenvolvido, indica um sensitivo de alto grau.




O deus Shankara, mais conhecido como Shiva, é ludibriado por um garoto cego e pobre da classe dos mercadores. A imagem foi feita para uma narrativa do estado de Gujarate, onde fica o templo de Somnath, dedicado ao deus Soma, que corresponde à Lua.




Uma simulação de um painel de madeira tradicional dos artesãos nagas, povo do atual território montanhoso de Nagaland, nordeste da Índia. Para ilustrar o dia em que o Sol se recusou a brilhar. Os nagas eram conhecidos como guerreiros habilidosos, dotados de poderes mágicos. Muitas vezes associados aos míticos homens-serpentes que teriam povoado o mundo subterrâneo, no princípio dos tempos.



SOUZA, Eunice de. Histórias da ÍndiaSão Paulo: Edições SM, 2009.

(A indiana Eunice de Souza, doutora pela Universidade de Bombaim publicou outros livros para crianças, além de romances e poesias. Este Histórias da Índia possui dezenas de outras ilustrações interessantes do designer Maurício Negro e belas histórias para contar além da surpresa final "Cantos da Índia" que poderão um dia aparecerem aqui pelo blog...)
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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Goesas janelas...





Estas belas janelas vieram d'A vida numa Goa do Evandro.
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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Janelas da Índia


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domingo, 11 de setembro de 2011

O outro lado do mundo: Índia no Sítio do Pica-Pau Amarelo.

Ultimamente foram apontadas diversas críticas à obra de Monteiro Lobato quanto aos negros e a questão do racismo. Mas alguém já pensou sobre como o autor trata a cultura indiana em Histórias do Mundo para Crianças? O livro publicado em 1933 pretende abordar a história do mundo através de uma linguagem simples, para as crianças. 
Algum estudioso da obra de Lobato poderia verificar se há alguma relação entre a publicação do Histórias do Mundo para crianças  e as traduções que o autor fez para a coleção História da Civilização  de Will Durant, pela Cia Editora Nacional.
Leia o diálogo de Dona Benta com as crianças do Sítio do Pica-Pau Amarelo e tire suas próprias conclusões:

"(...) Do outro lado, a sul e leste da Ásia, viviam povos muito importantes, como os indianos, os chineses, os japoneses. Vinte séculos antes de Ciro, um ramo da família ariana havia emigrado da Pérsia para a Índia, onde dera origem a um povo numeroso. Esse povo foi se desenvolvendo a seu modo e acabou dividido em classes. Com o correr do tempo essas classes viraram castas, impedidas de ter qualquer espécie de ligação entre si. Um homem duma casta não podia casar-se com mulher de outra. Criança duma casta não podia nem brincar com criança de outra. Se uma criatura estivesse tinindo de fome, tinha que morrer antes de aceitar comida das mãos duma de outra casta. Nem esbarrar nela podia. Separação absoluta, como se fossem leprosos.
-Que horror! - exclamou . - Parece incrível tanta burrice e maldade na vida dos homens.
- Assim é, minha filha, e nenhuma burrice tão dolorosa como esta distinção de castas que até hoje faz a desgraça da Índia. Entre as castas indianas, a mais alta de todas era a dos Guerreiros e Governadores, que quase se confundiam, porque para ser governo [sic] era preciso ser guerreiro. Depois vinha a casta dos brâmanes, com funções muito semelhantes às dos sacerdotes egípcios; eles eram o que hoje chamamos homens profissionais - médicos, advogados, engenheiros, etc. Depois vinham os agricultores e comerciantes - os padeiros, os vendeiros, os fruteiros. Depois vinha a gente baixa - isto é, gente ignorante que só sabe fazer serviços brutos - carregar coisas, cortar paus, capinar o chão. E por último vinha a casta dos Párias desprezada por todas as outras. Pária quer dizer gente na qual não se pode tocar nem a ponta do dedo - por isso são também chamados os Intocáveis.
- E parece que até hoje é assim, não, vovó? - observou Pedrinho.
- Até hoje é assim, meu filho, por mais que os ingleses dominadores da Índia tudo façam para mudar a situação. Anda lá agora um grande indiano querendo destruir o terrível preconceito de casta.
-Gândi - adiantou Pedrinho - que lia os jornais diariamente. - O Maatma Gândi...
- Ele mesmo. Mas sua luta vai ser enorme, porque o preconceito de casta é velhíssimo e as coisas muito velhas adquirem cerne, tal qual as árvores.
- Mas os indianos acreditavam num deus chamado Brama; daí a sua religião ser chamada Bramanismo. Segundo o bramanismo, quando uma pessoa morre a alma passa a habitar o corpo de outra pessoa ou dum animal; se a pessoa foi boa em vida, sua alma recebe promoção indo para o corpo de uma criatura de casta superior; se foi má, é rebaixada - vai até para os corpos dos bichos comedores de carniça, como o crocodilo ou o urubu.
Os mortos não eram enterrados e sim queimados. Se o defunto fosse homem casado, também queimava a viúva. As coitadas não tinham o direito de continuar vivas depois da morte do marido...
- Que desaforo! - exclamou Narizinho indignada. - Quer dizer que mulher nesse país não era gente - não passava de lenha...
- Por muito tempo foi assim, mas se era a mulher que morria, o viúvo, muito lampeiramente, ia arranjando outra...
- Por que em toda parte essa desigualdade das leis e costumes, vovó? Por que tudo para o homem e nada para a mulher?
- Por uma razão muito simples. Porque os homens, como mais fortes, foram os fabricantes das leis e dos costumes - e sempre trataram de puxar a brasa para a sua sardinha. Mas voltemos à Índia. Os templos bramânicos abrigavam uns ídolos verdadeiramente horrendos de feiúra. Deuses de diversas cabeças, deuses com seis e oito braços e outras tantas pernas; deuses com tromba de elefante; deuses com chifre de búfalo.
- Mas a senhora disse que eles só tinham um deus, vovó...
- Um deus supremo. Os outros eram deuses menores - espécie de santos. Povo nenhum se contenta com um deus só. São precisos vários, mesmo para os que seguem as religiões chamadas monoteístas.
- Mono, um; theos, deus, Religião monoteísta quer dizer religião dum deus só - berrou, com espanto de todos, Pedrinho, que por acaso havia lido aquilo um dia antes.
- Perfeitamente! - aprovou Dona Benta. - Você às vezes até parece um dicionário...
- Dê-lhe chá de hortelã bem forte que ele sara, Dona Benta. Isso são bichas - gritou lá do seu canto a pestinha da Emília.
Ninguém achou graça e Dona Benta continuou:
- Lá pelo ano de 500 A.C. nasceu na Índia um príncipe de nome Gautama, que se revoltou contra o que via em redor de si - tanta miséria e sofrimento por causa de idéias erradas. E apesar de nascido na grandeza, tudo abandonou para trabalhar pela melhoria do pobre povo, começando a pregar por toda parte os seus princípios. Ensinava o homem a ser bom, a ser honesto, a ajudar os infortunados. Tão altas eram as idéias desse príncipe, que o povo entrou a chamar-lhe Buda, que quer dizer Sábio, e por fim o adorou.
Uma nova religião nasceu daí. Muitos que seguiam o bramanismo abandonaram os horrendos ídolos desse culto para se tornarem budistas."

LOBATO, Monteiro. O outro lado do mundo In: Histórias do Mundo para Crianças. São Paulo: Brasiliense, 2004. (Pág.41-43)
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sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Mil fragmentos somos... "Biografia" de Cecília Meireles

BIOGRAFIA

Escreverás meu nome com todas as letras,
com todas as datas,
— e não serei eu.

Repetirás o que me ouviste,
o que leste de mim, e mostrarás meu retrato,
— e nada disso serei eu

Dirás coisas imaginárias,
invenções sutis, engenhosas teorias,
— e continuarei ausente,

Somos uma difícil unidade,
de muitos instantes mínimos,
— isso serei eu,

Mil fragmentos somos, em jogo misterioso,
aproximamo-nos e afastamo-nos, eternamente,
— Como me poderão encontrar?

Novos e antigos todos os dias,
transparentes e opacos, segundo o giro da luz,
nós mesmos nos procuramos.

E por entre as circunstâncias fluímos,
leves e livres corno a cascata pelas pedras.
— Que mortal nos poderia prender?
©Cecília Meireles
In Poemas II, 1994

*Na foto meu fragmento por Geison Aquino.
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domingo, 4 de setembro de 2011

The Man Who Would be King - Rudyard Kipling

Nas últimas semanas li diversos artigos e capítulos sobre o anglo-indiano Rudyard Kipling enquanto finalizava as leituras de alguns dos seus livros mais importantes para um estudo de literatura inglesa. 
O jornalista, poeta e escritor de contos e romances, foi o primeiro escritor de língua inglesa a receber o Prêmio Nobel em 1907. Nascido em Bombaim em 1865, filho de ingleses no Império Britânico é mais conhecido pelas aventuras do menino-lobo Mogli em O Livro da Selva (1895). 

A professora me emprestou o filme "The Man Who Would Be King" (1975) uma co-produção anglo-americana, dirigida por John Huston e  baseada na obra homônima de Rudyard Kipling. É uma história interessante sobre as aventuras de dois gananciosos ex-soldados do British Raj em direção ao Cafiristão onde pretendiam tornar-se reis. Suas estratégias militares agrupam os povos da região e um deles é confundido com uma divindade "Sikander" espécie de avatar de Alexandre, o Grande. Herda uma riqueza incalculável mas tem um final trágico. O sobrevivente é quem narra suas aventuras para Kipling na redação do jornal, onde ele havia conhecido-os antes de partirem para a viagem.

Em breve a livraria trará o meu "The Man Who Would Be King" em edição bilíngue. Enquanto espero, li o Histórias Sobrenaturais de Rudyard Kipling, do qual sugiro a leitura dos contos "O Jinriquixá Fantasma", "A Estranha Vigem de Morrowbie Jukes" (que eu li para o namorado numa noite de ventania e nos causou assombro), "O Signo da Besta", "A Mais Bela História do Mundo" e "Eles".


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sábado, 3 de setembro de 2011

Elephants...

Um elefante incomoda muita gente.

Dois elefantes incomodam, incomodam muito mais.

Três elefantes incomodam, incomodam, incomodam muita gente...


Eu amo elefantes! Eu sei, você sabe disso... Todos sabem que gosto de esculturas e imagens de elefantes. Mas eu não canso de dizer... =D

O último presente que o namorado me deu foi esta escultura de elefante feita de madeira. Já a a minha sogra encomendou para a avó que é super talentosa e elas me deram esta linda base de apoio para usar com meu computador laptop. Tem um elefante fofo na parte de cima e a parte de baixo é uma almofada em tecido combinando com a estampa do elefante.
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Arunachala is within and not without.
The Self is Arunachala.

The mystery of the Hill
is the mystery of the Self.

SRI RAMANA MAHARSHI


O belo projeto fotográfico de Ditmar Bollaert retrata em branco e preto o caminho da montanha sagrada em Thiruvannamalai no estado de Tamil Nadu. Ao redor da montanha ergueram-se ashrams e no topo há um templo em homenagem ao deus Shiva. É um importante ponto de peregrinação conhecido também por outros nomes. Em sua encosta há cavernas que serviram de moradia para homens santos como Sri Ramana Maharshi. As imagens do fotógrafo nos mostram um pouco do cotidiano das pessoas que moram nos arredores do monte, mercados, meios de transporte, vestimentas, arquitetura e também a paisagem desta região no sul da Índia. 


BOLLAERT, Ditmar. Arunachala Pradakshina. Belgium: Arp Editions, 2000.
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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Presente do sogro...




Fim de semana o namorado trouxe um presente que o sogro mandou!!! Ainda bem que no final tem legendas em inglês porque eu não sei ler tamil... 

Mais detalhes na próxima postagem... =D
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terça-feira, 30 de agosto de 2011

Para curtir no Facebook e seguir no Twitter

Os leitores pediram um contato através das redes sociais, então aí está:







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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Dica de Música Oriental - Sitarial por DJad


Sitarial por DJad 

(clique e ouça)
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