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terça-feira, 30 de novembro de 2010

A Rota da Seda no imaginário europeu sobre o Oriente

Em 2007 eu tive a honra de ser aluna desta grande historiadora em um curso sobre Orientalismo. Desde então venho aprofundando minhas leituras referentes ao tema e sigo admirando o trabalho da queridíssima Carmen Licia Palazzo através de suas publicações e do blog.

“(...)
O imaginário europeu sobre o Oriente era influenciado também pelas histórias contadas sobre a milenar Rota da Seda, que mergulhava suas raízes na Antiguidade. A denominação de Rota da Seda data do século XIX e foi cunhada pelo explorador e geógrafo Ferdinand Von Richthofen, mas as inúmeras aventuras daqueles que palmilharam sua vasta extensão já eram conhecidas há muitos séculos. Por Rota da Seda entende-se não uma estrada única, mas uma ampla rede de caminhos, trilhas e oásis pelos quais transitaram, desde a Antiguidade e, intensamente durante toda a Idade Média, comerciantes, monges, militares e aventureiros. Motivados por interesses variados, os viajantes, em razão dos inúmeros encontros, foram responsáveis também por um fecundo intercâmbio de ideias e de crenças. 
Os monges budistas chineses Fa Xi’an e Xuanzang percorreram o interior da Ásia e deixaram relatos de grande interesse para a pesquisa histórica. O primeiro viajou entre os anos de 399 e 414, e o segundo, entre 629 e 654. Em toda a extensão da Rota da Seda, circulavam, entre outros, budistas, taoístas, confucionistas, zoroastristas, cristãos nestorianos, hinduístas, judeus e, a partir do século VIII, com o início da grande expansão do Islã, também muçulmanos. Viajantes ocidentais, como Marco Polo, Rubruck e Del Carpine percorreram igualmente os caminhos da Rota da Seda e tiveram influência marcante na rica elaboração de imagens do Oriente na Europa com a divulgação de seus relatos
As grutas do oásis de Dunhuang, um importante testemunho material da religiosidade budista, ainda hoje são de grande interesse para os pesquisadores e visitantes que percorrem antigos caminhos em busca de traços do passado. Esse oásis era um ponto de descanso importante para mercadores e peregrinos que se deslocavam entre os extremos orientais e ocidentais da Ásia e entre o norte e o sul do continente. As grutas começaram a ser utilizadas no século III da era atual principalmente por monges chineses e indianos e por outros peregrinos vindos de diversas regiões do continente asiático. 
Os religiosos budistas foram se estabelecendo em Dunhuang e formando comunidades que, por sua vez, passaram a receber novos visitantes na medida em que se tornavam mais conhecidas. As grutas mantiveram-se muito frequentadas durante toda a Idade Média especialmente até o século XVI, enquanto durou o período de maior importância da chamada Rota terrestre da Seda. Comerciantes cristãos também faziam de Dunhuang um de seus pontos de descanso e ali foram encontrados documentos que atestam a passagem de nestorianos e outros cristãos orientais. 
Antes de seguir caminho, as caravanas encontravam no oásis de Dunhuang repouso, apoio material e conforto para o espírito, através dos ensinamentos dos monges budistas. Como era hábito na época, pediam a proteção para suas jornadas fazendo doações que, através dos anos, foram se concretizando como encomendas regulares de obras de arte. Enriqueciam-se, dessa forma, as paredes das cavernas com um impressionante conjunto de pinturas e esculturas.
No século XIV, problemas provocados pelos deslocamentos dos mongóis levaram ao desenvolvimento da rota marítima, em substituição ao inseguro caminho terrestre que era anteriormente realizado com frequência. Os navios passaram então a tomar a direção do Oceano Índico para chegar à distante China com escalas em diversos portos, o que permitia acrescentar muitos produtos às cargas além da tão procurada seda chinesa, da porcelana e do jade. Nesse percurso, multiplicavam-se não apenas os negócios, mas também as lendas e os contos fantásticos. 
Quando, um pouco mais tarde, os navegantes percorrem novas rotas e avançam pelo Atlântico para contornar a África, estão presentes todos os componentes de um imaginário complexo que associa a viagem à aventura, aos lucros e ao maravilhoso.”

PALAZZO, Carmen Licia. Entre mitos, utopias e razão: os relatos franceses sobre o Brasil. Porto Alegre: EdiPUCRS, 2a edição revisada e ampliada, 2010.

Texto disponível no site da autora:
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segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Taste Of India - Aerosmith


Taste Of India, uma boa indicação do meu amado especialmente aqui pro blog...
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Farsa chamada Auto da Índia de Gil Vicente

Castelhano:


Al diablo que lo doy
el desastrado perdido.
Qué más India que vos,
qué más piedras preciosas,
qué más alindadas cosas,
que estardes juntos los dos?


(VICENTE, Gil. Auto da Barca do Inferno, Farsa de Inês Pereira e Auto da Índia. São Paulo: Ática, 1999. Pág. 117.)


Este trecho da farsa escrita em 1509 pelo português Gil Vicente traz a fala do castelhano Juan de Zamora para sua amante Constança. Ele protesta o fato do marido ter partido e deixado a esposa e diz que não pode haver nenhuma Índia maior que ela, que não pode haver pedras preciosas nem coisas mais lindas do que estarem os dois juntos.

Esta é a comédia de Constança, cujo marido havia embarcado para a Índia na armada de Tristão da Cunha. Descrente do seu retorno visto que muitos navegadores jamais retornaram aos seus lares depois que partiam para o Oriente, Constança envolve-se com dois amantes até que após três anos o marido retorna.

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domingo, 28 de novembro de 2010

नमस्ते Rangoli screens in the market for Diwali


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quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O fabuloso Flamenco de "Tablao": realmente um espetáculo!


Ontem assisti ao Tablao da Cia. de Flamenco Andrea del Puerto. Foram duas horas de um espetáculo que fez jus ao termo "espetáculo". Deixo aqui o registro de alguns momentos com fotografias e um vídeo que eu fiz para vocês...

*Clique nas fotos para ampliar as imagens.




 

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quarta-feira, 17 de novembro de 2010

365 dias, 365 itens de vestuário, 365 dólares.

Você conseguiria renovar seu estilo com looks diferentes e criativos todos os dias, durante um ano e gastando menos de R$ 2,oo por dia?


Estava navegando pela internet quando encontrei este blog da americana Marisa com dicas, tutoriais e fotos de antes e depois das roupas que ela compra por 1 dólar em brechós e customiza ela própria. E não é que encontrei alguns looks com ares orientais por lá? 
Confira abaixo algumas imagens com o antes e o depois de algumas peças.

Marisa no 331° dia







Deste último modelo, destaco o enfeite para o cabelo de penas de pavão. Adorei e estou providenciando algumas para mim...

Para quem gostou, fica a dica de dar uma olhada no blog e um passeio pelos brechós da sua cidade. Ou faça como eu que adoro garimpar nos armários da minha mãe e em lojas alternativas que vendem roupas novas de modelos "exóticos" por preços super exclusivos...

Repense o consumo, reutilize.
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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Noorie - Bally Sagoo


Um som das antigas do Bally Sagoo, mais uma que tocava no Música do Mundo do Ricardo Barão...




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