Marylin Monroe poster . design for Cahide Sayfiye “Bollywood Party” / Istanbul 2008.
sexta-feira, 29 de junho de 2012
terça-feira, 26 de junho de 2012
"Indiana": não se deve julgar um livro pela capa!
Caros leitores, fiquei um tanto receosa de publicar ou não esta breve resenha sobre o
livro Indiana um
romance espiritualista de
Lina de Alexandria. (Editora Butterfly, 2002)
Mas esse é
seguramente o pior livro que já li e faz valer o ditado de que não se deve
julgar um livro pela capa!
A arte do
livro é belíssima, veja pela capa ao lado (reimpressão do outono de 2009). O design de início de cada capítulo
é muito bonito, mas o que estraga é o
enredo em si...
Venho
publicando aqui no blog constantemente dicas de livros sobre a Índia ou que
tenham alguma relação com o subcontinente indiano. Como historiadora, estudante
de Literatura e leitora voraz fico atenta a algumas questões quando tenho em
mãos algum livro com a temática indiana.
A autora
tinha uma boa ideia que era a história de uma jovem polonesa que sofreu os
horrores dos campos de concentração nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.
A personagem passou por um processo de modificação em sua vida quando esteve na
Índia, a convite do Sr. Dahalin e sua amorosa família. Quando retorna à Europa,
dedica-se ao trabalho de educar crianças com deficiência auditiva e por
trajar-se com vestimentas tradicionais indianas, passa a ser conhecida como Indiana. No fim de sua vida ela
consegue fazer o bem, ajudar seu filho legítimo e seus filhos do coração...
Nada contra a proposta, só que além da história ter um ritmo narrativo
muito estranho há uma série de percalços que seriam evitados se a autora
tivesse um mínimo de interesse em pesquisar sobre os temas que estaria
abordando. Para ter uma ideia, leia o trecho abaixo:
"Na viagem, Natasha não falava, apenas observava. Dahalin falava
inglês e o idioma de seu país
natal, e nenhuma dessas línguas ela sabia. Foi aí que se deu conta de que
ficaria em um país desconhecido, cuja língua ela não falava.
(...)
Natasha desejava saber o que falavam, sabia que eram agradecimentos.
Ia aprendendo com dificuldade algumas palavras
indianas, repetia muitas vezes até conseguir falar."
(ALEXANDRIA, Lina de. Indiana.
São Paulo: Butterfly, 2002. Pág 59-60.)
O idioma de seu país natal? Palavras indianas? Como assim???
Na postagem sobre as Línguas Indianas (assim mesmo,
no plural) eu já discutia sobre a ignorância das pessoas achando que existe uma
língua chamada "indiana", desconhecendo a existência de cerca de 150
línguas (sem contar os dialetos) diferentes faladas no território indiano.
Como pode uma escritora não pesquisar sobre um assunto ao escrever sobre
ele? Ela não precisaria contratar um historiador para fazer uma pesquisa
detalhada, bastaria uma rápida pesquisa na internet. E veja que, como
historiadora eu nem estou propondo uma análise sobre "Segunda Guerra
Mundial", campos de concentração nazistas nem nada do gênero. Estou apenas
questionando temas referentes à Índia e percebo um desconhecimento grande
aliado a uma série de estereótipos dos indianos.
A história
se prende a clichês que são facilmente identificados no decorrer da narrativa.
Tornando-a óbvia e desinteressante. É fácil adivinhar que o irmão do novo
estudante alemão da escola de Natasha é o filho que ela teve quando foi
violentada pelo militar alemão no campo de concentração do qual foi separada
recém nascido... Ainda mais confusa é a proposta de defesa do estuprador como
se ele estivesse encantado pela beleza de Natasha e amava-a sem ser
correspondido!?? (Vide página 184.)
Eu entendo
que a proposta do livro é ser um "romance espiritualista" e essa
espécie de “lei do retorno” deve ser uma temática importante para o público
leitor desse tipo de obra, mas não precisava ser tão óbvio que empobrecesse
desta maneira a narrativa.
Eu aconselharia todos os escritores que se propõem a escrever algum
livro sobre a Índia ou tendo a Índia como cenário, que ao menos se dediquem à
leitura de bons romances indianos (como os fabulosos livros de Salman Rushdie,
só para citar um exemplo) e que pesquisem sobre a cultura do povo indiano antes
de sair escrevendo sobre um assunto que desconhecem.
Não é minha
proposta aqui discutir História & Literatura e suas diferenças
metodológicas, mas apenas indicar boas sugestões bibliográficas de forma
inteligente e fundamentada (o que infelizmente não é o caso deste livro).
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Toys from Trash: Sarangi
O inventor indiano Sr. Arvind Gupta no site Toys from Trash mostra como construir brinquedos utilizando materiais de sucata para as crianças aprenderem se divertindo. São vários brinquedos para o estudo de ciências, astronomia, matemática, música e física para os pequenos!
Resolvi compartilhar com vocês como construir um brinquedo musical chamado Sarangi, (tradicional instrumento musical de cordas da Índia, Paquistão e Nepal).
Para fazer este brinquedo-instrumento você irá utilizar: um pote de cerâmica, um pedaço de papelão, fita adesiva, pedaços de bamboo, um fio metálico (arame fino), um pedacinho fino de metal e um arco de bamboo com corda para tocar.
Fure o pote de cerâmica para passar o pedaço maior de bamboo através dele. Cole um pedaço de papelão na borda do pote com a fita adesiva:
Na parte superior, coloque o pedacinho de metal apoiado no bamboo e firme no meio do papelão (isso serve para tensionar o fio metálico que passa na parte superior e produzir o som quando friccionado pelo arco com a corda):
Prenda o arame nas duas extremidades do bamboo. Na extremidade oposta ao pote de cerâmica você deverá fazer o encaixe como mostra a imagem abaixo para ajustar a tensão do arame:
Pra tocar você utiliza um arco de bamboo com uma cordinha, friccionando o fio metálico:
E está pronto o seu Sarangi de brinquedo!
Você pode conhecer um pouco sobre o instrumento no vídeo abaixo:
quarta-feira, 20 de junho de 2012
terça-feira, 12 de junho de 2012
segunda-feira, 11 de junho de 2012
domingo, 10 de junho de 2012
Influência da Índia na Moda
Por Nuta Vasconcellosem 21 de março
A influência da Índia na moda atual na minha modesta opinião é a combinação de dois fatores. Primeiro, blame os anos 90. É impressionante como essa nova geração que ainda era bebê na década de 90 está disposta a “desenterrar” tudo daquela época, inclusive a inspiração na Índia.
Bom se você não tá entendendo nada, te explico. Nos saudosos anos 90 a estética indiana era influência máxima para as garotas descoladas da Califórnia. Elas reproduziam a maquiagem, os cabelos e até alguns acessórios como o bindi (que conhecemos como terceiro olho), maxi – brincos e até o tradicional nathni (o brinco que liga a orelha ao nariz). Entre essas garotas descoladas da Califórnia estava Gwen Stefani estourando no mundo com o No Doubt e o mega hit Don’t Speak. Não dá pra entender a ligação entre a Índia e a Califórnia, mas o que interessa aqui é que Gwen, era influência para 9 a cada 10 adolescentes da época e assim a estética ficou ainda mais popular e ganhou o mundo.
Ela usava e abusava desses elementos não só em seus looks, mas em clipes da banda como “Oi To the World”
Aliás foi dessa fonte 90′s da Índia pop que grifes da London Fashion Weekcomo Nathan Jenden na primavera/verão 2010, Ashish na recente coleção de outono 2012 e Jeremy Scott na NYFW coleção outono/inverno 2012/13 beberam.
Mas como eu disse no começo do texto, acho que a tendência em pleno ano de 2012 tem dois fatores.
O segundo fator seria a economia mundial. Garotas, esse mercado da moda não dá ponto sem nó… Com os Estados Unidos e a Europa em um momento balança – mas – não- cai, o olhar começa a se voltar para as novas potências, outros países ricos que não faziam parte do “circuito”. Acho que a Índia entra nessa, já que a mesma está em ascensão. Vai me dizer que as milionárias indianas não babaram na coleção da Chanel? Outra grife de peso já tinha percebido futuro naquela região. Em 2011 Christian Louboutin fez uma coleção que enlouqueceu as noivas indianas.
E podem ficar ligadas. Por conta dessa reviravolta econômica não só a estética indiana promete aparecer na moda e na cultura pop. Além da Índia vamos ver as influências dos Países árabes, China e Brasil na moda, música e cinema. Tá aí o clipe da M.I.A, Bad Girls, que não me deixa mentir.
Afinal está tudo conectado. Moda e economia precisam andar de mãos dadas.
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segunda-feira, 4 de junho de 2012
Como fazer: bordado indiano com espelhos
Na postagem sobre compras na Índia eu falei sobre um bordado indiano com pequenos espelhos. Veja na imagem e na descrição como se faz este tradicional bordado indiano com espelhos no meio:
Material: um bastidor, agulha, um espelho redondo e um fio. (por exemplo: fio Círculo como Susi, Anne, Mai Mouline, Aquarelle, Rubi ou Torça perle.)
Primeiro faça um quadrado girando 45 graus;
Continue cruzando em 45 graus até formar uma cruz;
Depois prenda o espelho no bastidor, passando a linha por baixo do espelho;
Agora você faz um pesponto e depois um ponto caseado… e continua a passar sua linha por baixo do espelho, mas sem prender no bastidor. Será como se você estivesse bordando os cantinhos do espelho com a linha;
Continue nesta linha e a cada 45 graus prenda passe a linha pelo bastidor para prende-lo no tecido;
Depois de terminado, você pode usar uma linha de cor oposta – no caso o turquesa . Termine decorando em volta do espelho. No desenho a autora fez com nós franceses.
Via Círculo S/A.
domingo, 3 de junho de 2012
Vendedor de leite na Índia
Parecia ser um hábito comum os antigos vendedores de leite circularem pelas ruas da Índia com o seu animal, parando em frente a casa dos compradores e entregando-lhes leite fresco.
Encontrei referência sobre esta prática no livro "Os Mímicos" do Naipaul e depois encontrei a curiosa imagem que reproduzi aqui.
sábado, 2 de junho de 2012
Marinha - Cecília Meireles - Poemas escritos na Índia
MARINHA
O BARCO é negro sobre o azul.
Sobre o azul, os peixes são negros.
Desenham malhas negras as redes, sobre o azul.
Sobre o azul, os peixes são negros.
Negras são as vozes dos pescadores,
atirando-se palavras no azul.
É o último azul do mar e do céu.
A noite já vem, dos lados de Burma,
toda negra,
molhada de azul.
- a noite que chega também do mar.
O BARCO é negro sobre o azul.
Sobre o azul, os peixes são negros.
Desenham malhas negras as redes, sobre o azul.
Sobre o azul, os peixes são negros.
Negras são as vozes dos pescadores,
atirando-se palavras no azul.
É o último azul do mar e do céu.
A noite já vem, dos lados de Burma,
toda negra,
molhada de azul.
- a noite que chega também do mar.
De Poemas Escritos na Índia.
(MEIRELES, Cecilia. Seleta em prosa e verso. Rio de Janeiro: Editora José Olympio, 1973. pág. 22-23)
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